Notícia
PT Portugal contraria tribunais no pagamento a trabalhadores
Depois de o tribunal dar razão aos trabalhadores, a dona da Meo acaba por pagar os complementos. Contudo, a situação não é corrigida e são geradas novas dívidas, que têm de ser novamente saldadas em tribunal.
A PT Portugal, dona da operadora de telecomunicações Meo, está a contrariar decisões dos tribunais relativas ao pagamento de complementos aos seus trabalhadores, noticia o jornal Público esta quinta-feira, 20 de Julho.
Segundo o diário, há dezenas de trabalhadores que têm reclamado complementos remuneratórios que a empresa evita pagar, mesmo depois de os tribunais lhes darem razão. Nestes casos, a PT recorre até onde pode e paga o que o tribunal determina. Contudo, "não corrige a situação" e gera novas dívidas.
O cenário é traçado por diferentes sindicatos do sector, recordando um problema que já vem da administração de Henrique Granadeiro e Zeinal Bava e que obriga os trabalhadores a regressar a tribunal se quiserem receber os mesmos complementos que já foram reconhecidos como legítimos.
A empresa tem, segundo o Público, procurado ajustar a organização do trabalho, mexendo em escalas de serviço, com o objectivo de reduzir a necessidade de pagar alguns dos complementos aos trabalhadores.
Os sindicatos não são exactos mas falam em mais de uma centena de casos. O Público concretiza que serão cerca de três mil os trabalhadores com direito a reclamar. Uma advogada ouvida fala em rescisões em torno de 30 a 40 mil euros.
Para esta sexta-feira, 21 de Julho, está marcada uma greve contra a transferência de trabalhadores da PT Portugal para outras empresas. O protesto surge depois de a Altice, dona da Meo, ter chegado a acordo para a compra da Media Capital, dona da TVI. Nesse sentido, Claudia Goya substituirá Paulo Neves na liderança da PT.