Notícia
Concorrência: "Setor das telecomunicações tem pouca dinâmica concorrencial". 5G é oportunidade para mudar
A Autoridade da Concorrência diz que as fidelizações no setor das telecomunicações pode travar entrada de novos operadores no leilão do 5G.
A Autoridade da Concorrência fez várias recomendações para o leilão do 5G e sua implementação em Portugal, realçando a sua presidente, Margarida Matos Rosa, que esta é uma oportunidade para introduzir maior concorrência no setor.
Para Margarida Matos Rosa os custos dos serviços "já de si elevados" é uma "preocupação para AdC mesmo antes do leilão 5G".
A entidade garante estar a investigar, neste setor, práticas restritivas da concorrência, tendo dois casos abertos de cartelização, sendo que um deles já foi produzida acusação. Margarida Matos Rosa garante que está a ser terminado.
No campo das recomendações, a AdC já fez várias no setor a propor alterações legislativas para eliminar barreiras à entrada de novos operadores. "A concorrência faz baixar os custos", realça. E é nesse sentido que no 5G a AdC recomenda que haja reserva de espectro a atribuir em leilão para novos operadores, "e se possível com desconto no preço final". E recomenda que haja a obrigação da oferta grossista para que haja MVNO, com a Anacom a ser a entidade a resolver impasses de acesso, pedindo um mecanismo mais específico no regulamento. Margarida Matos Rosa salienta a importância dos MVNO: Há dois em Portugal, há largas centenas noutros países. Se em alguns casos os MVNO podem representar até 20% dos clientes, em Portugal pesam 2%.
Margarida Matos Rosa fala em agitar o "status quo" do setor. Há, no entender da presidente da AdC, que garantir que o leilão permita "realmente" a entrada de novos operadores.
A presidente da AdC aliou-se ao presidente da Anacom, João Cadete de Matos, na ideia de que "também achamos que deve haver roaming nacional", ainda que realçando os riscos na partilha de redes, nomeadamente a inexistência de investimento adicional.
Margarida Matos Rosa salienta que a questão da fidelização não pode ser dissociada desta questão. As duas áreas têm de ir em paralelo. Porque, "sem haver possibilidade de conquistar o mercado não haverá interesse no leilão pelos novos entrantes".