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Comissão de Trabalhadores dos CTT diz que PayShop vai ser integrada no Banco CTT

A Comissão de Trabalhadores dos CTT afirmou hoje que a empresa está a analisar a "integração da Payshop no Banco CTT" e considerou que os Correios de Portugal estão com "falta de pessoal nas áreas operacionais".

Bruno Simão
12 de Janeiro de 2018 às 15:13
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Durante a audição na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas, no âmbito de um requerimento do Partido Socialista (PS), José Rosário, da Comissão de Trabalhadores (CT) dos CTT, afirmou que a Payshop, serviço que permite o pagamento de contas como o telemóvel, electricidade, água, gás, entre outros serviços, "é uma empresa rentável" e que "está a ser estudada a integração no Banco CTT".

 

Sobre o plano de reestruturação anunciado pelos CTT em meados de Dezembro, que prevê a redução de 800 pessoas da área operacional em três anos, José Rosário disse que a administração liderada por Francisco Lacerda não pediu o parecer da CT.

 

À margem da audição, a CT dos Correios de Portugal explicou à Lusa que houve "uma reunião" onde a administração comunicou "o que tinha decidido no plano", mas "não pediu parecer, contrariamente ao que aconteceu com o encerramento de 22 estações", estas últimas confirmadas no início deste ano.

 

"Sobre o encerramento pediram parecer", mas sobre a redução de postos de trabalho "não nos foi explicado como é que vão fazer, dizem que estão a trabalhar os números e saber como chegam a estes valores e só depois irão comunicar [à CT] como irão chegar aos 800 trabalhadores sem precisar de contratar mais", acrescentou.

 

José Rosário apontou que alguns dos critérios para a redução do número de pessoas passam pela faixa etária - "a cinco anos da reforma" - e pelo conjunto de trabalhadores que "tem graves limitações físicas e que tem condicionalismos que não permitem produtividade constante", salientando que "agora vão começar a estudar como os libertam".

 

Segundo a Comissão de Trabalhadores dos Correios de Portugal, as áreas das operações incluem "os carteiros, motoristas, tratamento e distribuição do correio" e também "o atendimento" nas estações.

 

"Verificamos que entrou um serviço [Banco CTT) que ocupa mais de 400 trabalhadores que foram retirados do atendimento postal", apontou, para justificar que o número de trabalhadores na área das operações está mais reduzido.

 

Deu ainda o exemplo do atraso de cartas registadas em 14 de Dezembro e que só chegaram ao seu destino em 2 de Janeiro.

 

Apesar da greve nos CTT antes do Natal, que segundo a administração "teve apenas uma adesão de 19%", prosseguiu José Rosário, a razão deste atraso das cartas registadas tem a ver "com a falta de capacidade quer no tratamento do correio como nos carteiros", situação que se agrava com o crescimento das encomendas por via do comércio electrónico, nomeadamente dos objectos provenientes da China e dos mercados asiáticos.

 

"Se a carta simples está a descer, as encomendas estão a subir e não temos capacidade, temos falta de pessoal nas áreas operacionais", salientou.

 

Sobre os indicadores de qualidade, a CT apontou fragilidades aos resultados obtidos no estudo da PwC.

 

"Os CTT apontam o problema de não haver um painel de correio suficiente para se ter uma amostra fidedigna e, em certa medida, têm razão", disse José Rosário.

 

Por outro lado, "o modelo implementado é igual ao modelo que os CTT tinham e que é facilmente viciável", apontou o responsável.

 

Assim, os indicadores de qualidade do serviço postal dos CTT são medidos por um conjunto de pessoas que são contratadas para se corresponderem entre si (o dito painel), só que os trabalhadores dos Correios de Portugal conseguem identificá-las, segundo a Comissão de Trabalhadores.

 

"E os dados reais provam que a qualidade do serviço está pior", disse, defendendo que "o painel tem de ser outro".

 

A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) divulgou na quinta-feira (11 de Janeiro) um conjunto de 24 novos indicadores de serviço de qualidade do serviço do serviço postal universal dos CTT até 2020, o que compara com os 11 indicadores anteriores, sendo que agora são "fixadas metas mais exigentes".

 

Os Correios de Portugal têm a concessão do serviço postal universal até 2020, de acordo com o contrato para o efeito.

 

Sobre o Banco CTT, José Rosário disse que o órgão sempre achou que "o banco postal seria uma ferramenta essencial do serviço de correio", mas criticou o facto desta unidade não ter sido criada "em complemento do serviço público de correio, mas contra".

 

Isto porque 'desviou' trabalhadores do atendimento postal para a prestação dos serviços financeiros, afectando o serviço dos correios e provocando "filas de espera incontroláveis".

 

Os CTT têm estado na ordem do dia, com os partidos políticos e sindicatos preocupados com a qualidade do serviço postal universal, bem como com o plano de reestruturação anunciado em Dezembro, o qual prevê a redução de 800 trabalhadores da área das operações devido à quebra do tráfego do correio.

 

Segundo dados actualizados de 5 de Janeiro, a Gestmin detém 11,61% dos CTT, seguida da Global Portfolio Investments, com 5,66%, do Credit Suisse Group (3,31%), Norges Bank (3,15%) e BNP Paribas Asset Management (3,10%), entre outros.
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