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CTT afundam mais de 9% após Anacom definir metas mais exigentes  

As novas regras definidas pelo regulador foram mal recebidas no mercado. O BPI diz que pode ter um impacto negativo de 0,35 euros por acção.  

12 de Janeiro de 2018 às 16:49
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Os CTT voltaram a viver uma sessão negra na bolsa portuguesa. Desta vez a justificação está nas novas metas de serviço que foram determinadas pela Anacom e que os analistas dizem que tem impacto negativo na avaliação dos títulos.

 

O regulador das comunicações determinou os objectivos que os CTT têm de atingir na entrega de correio a partir de 1 de Julho e que vigorarão até 2020. Se tivesse por base o serviço de 2016, os CTT falhariam em muitas dessas metas. Trata-se de um projecto de decisão, através do qual a Anacom aperta os critérios de qualidade de serviço que os CTT têm de cumprir, passando a ser 24 os indicadores estabelecidos, em vez dos actuais 11.

 

As acções fecharam a cair 9,25% para 3,494 euros, um mínimo desde meados de Dezembro. Trata-se da maior queda desde 1 de Novembro, dia posterior à empresa ter cortado as estimativas de resultados e baixado o dividendo.

 

A queda desta sexta-feira anulou todos os ganhos que as acções tinham conquistado nas últimas sessões, pelo que o saldo de 2018 já é negativo: -0,09%. Em 2016 as acções caíram 27,21% e em 2017 desceram 45,59%.

 

O volume na sessão de hoje foi bastante acentuado. Trocaram de mãos mais de 5 milhões de títulos dos CTT, o que compara com uma média diária inferior a 1,2 milhões registada nos últimos seis meses.  

 

BPI admite um corte de avaliação

 

O BPI decidiu manter a avaliação dos CTT, depois de conhecidos os novos critérios de qualidade de serviço exigidos pelo regulador, a Anacom, aos correios. Mas deixa alguns alertas, admitindo que o impacto possa ser elevado.

 

"A partilha de poupanças de custos e a eliminação das margens de reserva de serviços parecem ser medidas duras", mas, admitem os analistas, estas estão em linha com o que é praticado noutros negócios regulados.

 

O BPI, tendo por base as suas previsões de redução de custos, estima que "a partilha diminui a avaliação em cerca de 0,35 euros por acção".

 

Actualmente o BPI tem uma avaliação de 4,70 euros para os CTT, o que confere às acções um potencial de subida superior a 30% face à actual cotação (3,582 euros). Um corte de 0,35 euros coloca a avaliação deste banco de investimento nos 4,35 euros, ou seja, 21% acima do preço actual das acções.

 

O presidente da Anacom, João Cadete de Matos, admitiu, na audição no Parlamento, que nos últimos anos houve uma degradação dos indicadores globais da qualidade de serviço dos CTT.

"Os indicadores denotam uma degradação generalizada dos valores", revelou, lembrando ainda não ter os dados relativos a 2017. Houve mesmo um indicador, relativo a 2016, que levou a incumprimento pelos CTT, que justificou a penalização já divulgada pela Anacom.

 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro. 

 

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