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CFO da Huawei pede fiança por "motivos de saúde". China em "forte protesto"

Os chineses mostram o descontentamento pela detenção da CFO da Huawei - tanto a própria, que pretende ser libertada sob fiança, como também o Governo, que reitera a insatisfação com o caso. Paralelamente, há mais um país na lista daqueles que escolheram afastar a Huawei da infraestrutura de telecomunicações: o Japão.

Reuters
10 de Dezembro de 2018 às 12:22
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Mais de uma semana após ter sido detida no Canadá, por ordem dos Estados Unidos, a chefe financeira (CFO) da Huawei, Meng Wanzhou, evocou vários motivos para ser libertada sob fiança enquanto aguarda para ser ouvida. A CFO da Huawei diz em sua defesa temer pela saúde e sublinha ainda os elos duradouros que mantém com o Canadá e as várias propriedades que detém na cidade canadiana de Vancouver. Paralelamente, representantes governamentais chineses pronunciam-se em defesa da empresária.

 

As alegações de Meng estão presentes em documentos entregues em tribunal e revelados este domingo, avança a CNBC. A imprensa nacional chinesa informa que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Le Yucheng, apresentou "fortes protestos" ao embaixador americano na China, Terry Branstad, considerando a prisão de Meng "extremamente flagrante" e exigindo que os EUA recuassem nesta acção.

 

Meng Wanzhou é acusada de ter induzido em erro bancos internacionais em relação ao controlo da Huawei sobre uma empresa com operações no Irão, espoletando o risco de violação, por parte destas instituições, das sanções impostas pelos Estados Unidos ao país do Médio Oriente , revela a Reuters, citando também documentos entregues ao tribunal.

 

Na altura em que a detenção foi tornada pública, na quarta-feira que se seguiu ao sabádo, dia 1 de Dezembro, no qual Meng foi efectivamente detida, a Huawei dizia ainda não ter conhecimento das acusações que justificavam esta detenção.  Estes desenvolvimentos preocuparam os mercados, uma vez que surgiram num momento de tréguas comerciais entre os Estados Unidos e a China, as quais poderiam ser afectadas por este novo foco de atrito entre as duas maiores economias do mundo  – deitando por terra a possibilidade de um acordo comercial amigável e livre de tarifas.

 

Telecomunicações no Japão também tiram Huawei do radar

 

Recentemente, têm-se multiplicado os países que afastam a Huawei da respectiva indústria de telecomunicações evocando motivos de "segurança nacional". O caso mais recente é o do Japão, onde as três grandes operadoras pretendem deixar de usar o equipamento proveniente da gigante chinesa e da congénere ZTE, assim como o material a ser recebido para desenvolver a infraestrutura de quinta geração (5G). O Governo vai mesmo banir as compras.

 

No mesmo dia em que foi anunciada a prisão de Meng, a empresa de telecomunicações britânica BT anunciou que iria bloquear a utilização de equipamento da Huawei e ZTE em áreas chave da sua rede de 4G e 5G, embora dias mais tarde tenha concedido a manutenção das parcerias com as gigantes chinesas sob a condição de estas se sujeitarem a testes de segurança mais apertados.

 

Antes do Reino Unido, também a Austrália e a Nova Zelândia decidiram afastar a ZTE e a Huawei das infraestruturas de telecomunicações dos respectivos países. Nos Estados Unidos, as operadoras de telecomunicações AT&T e Verizon Communications quebraram os acordos que tinham para distribuir smartphones da Huawei este ano. Da parte do Governo norte-americano, foi assinado um despacho, em Agosto, que proíbe o uso da tecnologia de telecomunicações chinesas pela administração. 

 

Em Portugal o movimento é contrário e, a 5 de Dezembro, a Altice Portugal firmou um memorando de entendimento com a Huawei que define uma parceria entre as duas empresas para o "desenvolvimento e implementação dos serviços de 5G em Portugal", avançando para a "última fase de uma parceria crescente" entre ambas as empresas, anunciou a portuguesa em comunicado.

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