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Altice Portugal aguarda clarificação para perceber impacto da exclusão da Huawei da rede 5G

A CEO da Altice, Ana Figueiredo, recusou especificar qual seria o tempo razoável para o cumprimento de uma possível substituição de equipamentos, mas diz que lá fora o prazo tem sido de dez anos. Já Alexandre Fonseca, Co-Ceo do grupo francês, assume agressividade superior à que se vê noutros países.

Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal Pedro Catarino / Cofina Media
01 de Junho de 2023 às 14:57
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A Altice Portugal disse estar a aguardar clarificação sobre a deliberação da Comissão de Avaliação de Segurança do Conselho Superior que, entre outros, exclui da rede nacional de 5G empresas como a chinesa Huawei. 


"O que procuramos neste momento é entender e só depois tomaremos as decisões operacionais", afirmou Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal, à margem do sétimo aniversário da Altice Labs, quando questionada sobre como viu a decisão da Comissão, que classifica como "alto risco" a intervenção de empresas de outras geografias que não da União Europeia, dos Estados Unidos ou de outros países da OCDE nas redes 5G.

A dirigente da operadora em Portugal assumiu que, apesar de não usar Huawei no núcleo da rede 5G, a "Altice usa equipamentos de todos os fabricantes no mercado" na sua rede, o que significa que caso as operadoras tenham de avançar com a substituição de equipamentos da chinesa Huawei haverá custos.

Questionada sobre se as operadoras estão dispostas a pagar esses custos, Ana Figueiredo afirmou que "qualquer alteração tem obviamente de ser equacionada", dando a garantia de que a Altice procurará  "as melhores soluções possíveis, sempre numa lógica de colaboração e de diálogo com as autoridades envolvidas".  

"Sublinho que estamos numa fase de entendimento e clarificação, porque a informação ainda é escassa", afirmou, referindo que só será possível fazer uma análise tecnológica e operacional depois de ter um maior conhecimento sobre o que está em causa. "Só aí estaremos em condições de estimar se há algum impacto e depois procurar soluções para colmatar esse impacto", acrescentou.


Questionada sobre qual seria o tempo razoável para o cumprimento de uma possível substituição de equipamentos da Huawei, a CEO da Altice recusou especificar, mas disse que lá fora o prazo tem sido alargado.


"Se olharmos para outros países vemos que o que tem sido feito é um prazo alargado. Em algumas zonas de França, por exemplo, foi dado um prazo de 10 anos", afirmou.

Alexandre Fonseca destaca "nível de agressividade superior" de Portugal

Sem tecer grandes declarações sobre o tema Huawei, o Co-CEO da Altice, Alexandre Fonseca, afirmou que "a análise cabe à equipa portuguesa", mas admitiu preocupação. "Obviamente que tudo o que possa ter impacto nas operações dos nossos países nos preocupa", disse.

Questionado sobre se Portugal foi mais longe do que outros países - tendo vários aplicado medidas apenas no núcleo do 5G, ou seja, a rede mais crítica -, disse que, numa primeira leitura, lhe parece evidente que "o nível de agressividade desta medida é superior" ao que vê noutros mercados.

E deu o caso francês como exemplo. "Em França estamos em plena fase de substituição, mas França selecionou as oito maiores cidades francesas, alguns pontos estratégicos do ponto de vista militar ou de infraestruturas críticas e, nesses pontos, foi um processo negocial", disse, classificando como "razoável" o facto de ter existido diálogo. 

"O Estado e os operadores negociaram, discutiram e chegaram a alguns consensos e à ausência de outros, mas houve essa discussão", enfatizou, acrescentando que terá de ser esperar para ver o que acontece em território português.

Notícia atualizada às 15:35

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