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Altice Portugal aguarda clarificação para perceber impacto da exclusão da Huawei da rede 5G
A CEO da Altice, Ana Figueiredo, recusou especificar qual seria o tempo razoável para o cumprimento de uma possível substituição de equipamentos, mas diz que lá fora o prazo tem sido de dez anos. Já Alexandre Fonseca, Co-Ceo do grupo francês, assume agressividade superior à que se vê noutros países.
"O que procuramos neste momento é entender e só depois tomaremos as decisões operacionais", afirmou Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal, à margem do sétimo aniversário da Altice Labs, quando questionada sobre como viu a decisão da Comissão, que classifica como "alto risco" a intervenção de empresas de outras geografias que não da União Europeia, dos Estados Unidos ou de outros países da OCDE nas redes 5G.
Questionada sobre se as operadoras estão dispostas a pagar esses custos, Ana Figueiredo afirmou que "qualquer alteração tem obviamente de ser equacionada", dando a garantia de que a Altice procurará "as melhores soluções possíveis, sempre numa lógica de colaboração e de diálogo com as autoridades envolvidas".
"Sublinho que estamos numa fase de entendimento e clarificação, porque a informação ainda é escassa", afirmou, referindo que só será possível fazer uma análise tecnológica e operacional depois de ter um maior conhecimento sobre o que está em causa. "Só aí estaremos em condições de estimar se há algum impacto e depois procurar soluções para colmatar esse impacto", acrescentou.
Questionada sobre qual seria o tempo razoável para o cumprimento de uma possível substituição de equipamentos da Huawei, a CEO da Altice recusou especificar, mas disse que lá fora o prazo tem sido alargado.
"Se olharmos para outros países vemos que o que tem sido feito é um prazo alargado. Em algumas zonas de França, por exemplo, foi dado um prazo de 10 anos", afirmou.
Alexandre Fonseca destaca "nível de agressividade superior" de Portugal
Sem tecer grandes declarações sobre o tema Huawei, o Co-CEO da Altice, Alexandre Fonseca, afirmou que "a análise cabe à equipa portuguesa", mas admitiu preocupação. "Obviamente que tudo o que possa ter impacto nas operações dos nossos países nos preocupa", disse.
E deu o caso francês como exemplo. "Em França estamos em plena fase de substituição, mas França selecionou as oito maiores cidades francesas, alguns pontos estratégicos do ponto de vista militar ou de infraestruturas críticas e, nesses pontos, foi um processo negocial", disse, classificando como "razoável" o facto de ter existido diálogo.
"O Estado e os operadores negociaram, discutiram e chegaram a alguns consensos e à ausência de outros, mas houve essa discussão", enfatizou, acrescentando que terá de ser esperar para ver o que acontece em território português.
Notícia atualizada às 15:35