Notícia
Rentabilidade da operação em Portugal "é inferior" mas Altice está de "pedra e cal"
Alexandre Fonseca, Co-CEO da Altice, admitiu que a rentabilidade [da operação portuguesa] é inferior às expectativas, mas garante que o grupo francês não pondera sair do território português.
O grupo Altice vê em Portugal uma rentabilidade abaixo da de outros países em que está presente, mas, apesar disso, não pondera sair do território português. A garantia foi dada pelo Co-CEO do grupo, Alexandre Fonseca, à margem do sétimo aniversário da Altice Labs.
"Quando olho para Portugal, aquilo que vejo hoje, e tenho pena enquanto português, é que a rentabilidade dos capitais que colocamos é inferior à dos outros países", afirmou, exemplificando que por cada euro que investe em Portugal, a rentabilidade que [a Altice] tira é mais baixa do que em França, do que nos Estados Unidos e do que em Israel. "É com isso que um acionista e o grupo têm de estar preocupados", acrescentou, ressalvando, contudo, que isso "não é culpa da operação portuguesa", mas sim de "condições estruturais que não o permitem".
"Todas as decisões tomadas do ponto de vista regulatório nos últimos anos são erradas na minha perspetiva", acrescentou, dando como exemplo o leilão do 5G, que terminou em outubro de 2021.
Questionado sobre se esta baixa rentabilidade já levou a Altice a reconsiderar a posição em Portugal, garante que o grupo "está de pedra e cal" no país, afastando rumores sobre uma potencial venda. "A operadora portuguesa é uma das, se não a que melhor desempenho tem do ponto de vista da qualidade do serviço", vincou.
E admite que esta rentabilidade, que considera já baixa, poderá ser afetada com a entrada de novos concorrentes, como a Digi, assumindo que noutros países em que está presente - como Itália ou Espanha - este operador "destruiu valor, porque destruiu qualidade de serviço também".
"Portanto, essa é uma preocupação que temos ao nível do grupo Altice", continuou, justificando que "se hoje a rentabilidade [da operação portuguesa] é inferior às expectativas, obviamente que a entrada de um novo operador, que aparentemente tem uma postura bastante agressiva no que toca ao preço das ofertas que coloca em cima da mesa, preocupa o grupo", remetendo para a equipa liderada por Ana Figueiredo, CEO da operação em Portugal, qual será a estratégia para combater este novo entrante.
A Digi foi uma das operadoras que adquiriu espetro no leilão 5G. Contudo, ainda não são conhecidos os planos da empresa romena para o mercado português, sabendo-se apenas que estas só chegarão em 2024.
Altice quer regulação única na Europa
Sobre as sucessivas afirmações do presidente da Anacom, João Cadete de Matos, de que falta concorrência em Portugal, Alexandre Fonseca diz que "essa é a visão de quem só conhece Portugal, de quem está fechado no casulo português" e defende que se olhe para o mercado como um todo.
"Olhemos para a Alemanha, para a Turquia ou para a França, nestes países existe uma média de cerca de 13 a 15 milhões de utilizadores por cada operador móvel. Em Portugal são três milhões de operadores por cada operador móvel", exemplificou, assumindo que esta "mentira" que há falta de concorrência no país "é uma preocupação do grupo".
Para Alexandre Fonseca é positivo que exista regulação, mas "esta deve ser boa". "A regulação europeia tem de aproximar-se de uma regulação muito mais dialogante, muito mais eficiente, e, acima de tudo, muito mais conhecedora e próxima do mercado", tendo a capacidade de falar com os regulados, afirmou, acrescentando que esta deve "de uma vez por todas, assumir-se como uma regulação única".
"Não podemos continuar a gerir a Europa como pequenas quintas totalmente independentes, porque isso tem impacto para operadores como nós, que são multinacionais", acrescentou, dizendo que a regulação e a lei da Concorrência têm de ser vistas numa perspetiva integrada se queremos usar a região como um bloco económico e social único.
"Quando olho para Portugal, aquilo que vejo hoje, e tenho pena enquanto português, é que a rentabilidade dos capitais que colocamos é inferior à dos outros países", afirmou, exemplificando que por cada euro que investe em Portugal, a rentabilidade que [a Altice] tira é mais baixa do que em França, do que nos Estados Unidos e do que em Israel. "É com isso que um acionista e o grupo têm de estar preocupados", acrescentou, ressalvando, contudo, que isso "não é culpa da operação portuguesa", mas sim de "condições estruturais que não o permitem".
Questionado sobre se esta baixa rentabilidade já levou a Altice a reconsiderar a posição em Portugal, garante que o grupo "está de pedra e cal" no país, afastando rumores sobre uma potencial venda. "A operadora portuguesa é uma das, se não a que melhor desempenho tem do ponto de vista da qualidade do serviço", vincou.
E admite que esta rentabilidade, que considera já baixa, poderá ser afetada com a entrada de novos concorrentes, como a Digi, assumindo que noutros países em que está presente - como Itália ou Espanha - este operador "destruiu valor, porque destruiu qualidade de serviço também".
"Portanto, essa é uma preocupação que temos ao nível do grupo Altice", continuou, justificando que "se hoje a rentabilidade [da operação portuguesa] é inferior às expectativas, obviamente que a entrada de um novo operador, que aparentemente tem uma postura bastante agressiva no que toca ao preço das ofertas que coloca em cima da mesa, preocupa o grupo", remetendo para a equipa liderada por Ana Figueiredo, CEO da operação em Portugal, qual será a estratégia para combater este novo entrante.
A Digi foi uma das operadoras que adquiriu espetro no leilão 5G. Contudo, ainda não são conhecidos os planos da empresa romena para o mercado português, sabendo-se apenas que estas só chegarão em 2024.
Altice quer regulação única na Europa
Sobre as sucessivas afirmações do presidente da Anacom, João Cadete de Matos, de que falta concorrência em Portugal, Alexandre Fonseca diz que "essa é a visão de quem só conhece Portugal, de quem está fechado no casulo português" e defende que se olhe para o mercado como um todo.
"Olhemos para a Alemanha, para a Turquia ou para a França, nestes países existe uma média de cerca de 13 a 15 milhões de utilizadores por cada operador móvel. Em Portugal são três milhões de operadores por cada operador móvel", exemplificou, assumindo que esta "mentira" que há falta de concorrência no país "é uma preocupação do grupo".
Para Alexandre Fonseca é positivo que exista regulação, mas "esta deve ser boa". "A regulação europeia tem de aproximar-se de uma regulação muito mais dialogante, muito mais eficiente, e, acima de tudo, muito mais conhecedora e próxima do mercado", tendo a capacidade de falar com os regulados, afirmou, acrescentando que esta deve "de uma vez por todas, assumir-se como uma regulação única".
"Não podemos continuar a gerir a Europa como pequenas quintas totalmente independentes, porque isso tem impacto para operadores como nós, que são multinacionais", acrescentou, dizendo que a regulação e a lei da Concorrência têm de ser vistas numa perspetiva integrada se queremos usar a região como um bloco económico e social único.