A Altice Labs investiu mais de 80 milhões em investimento e desenvolvimento (I&D) no último ano, revelou esta quinta-feira a CEO da Altice, Ana Figueiredo.

"Nos últimos cinco anos investimos mais de 365 milhões de euros em investimento e desenvolvimento e no último ano mais de 80 milhões", referiu, no discurso de abertura do evento que visa assinalar o sétimo aniversário da Altice Labs.

Com olhar "sobre o futuro", Ana Figueiredo disse ainda que o objetivo é "duplicar o número de patentes submetidas até 2030", passando aos três dígitos - 100. 

À data, 85% da tecnologia construída na Altice Labs é exportada, "sendo apenas 15% dedicado à operadora da Altice, a Meo", revelou, acrescentando que esta chega a 300 milhões de pessoas em 60 países. E o objetivo é continuar a crescer, com o polo de inovação focado em "seis áreas prioritárias", entre elas o desenvolvimento de soluções no 5G e 6G e a  comunicação quântica.

"Somos uma empresa global mas temos o cérebro tecnológico em Portugal", garantiu a CEO da Altice, realçando que a tecnologia deve "promover o bem-estar das pessoas e da sociedade".

Alcino Lavrador, diretor-geral da Altice Labs, assinalou que este foi mais um ano de afirmação tecnológica, mas também de crescimento económico. "Temos um crescimento médio de receitas anualizado de 28%, sendo que de 2020 para 2021 o crescimento foi de 32% e de 2021 para 2022 de 45%", revelou, acrescentando ainda que a empresa não só cresceu nos países onde estava, como entrou em novos. 

"Terminamos o ano com 17 patentes concedidas a nível internacional", disse, corroborando a ideia partilhada por Ana Figueiredo, de que este é um negócio "marcadamente internacional".

Alexandre Fonseca, Co-CEO do grupo Altice, destacou o investimento que a Altice faz em Portugal, na Altice Labs, e na inovação, garantindo que esta continua a levar a tecnologia feita em Aveiro além-fronteiras.

"Se o grupo Altice é hoje um dos maiores grupos de telecomunicações, deve-se também ao que é feito aqui em Aveiro", realçou, garantindo que este reconhecimento estende-se aos vários cantos do mundo. "Somos capazes de ser líderes e diferenciadores, mesmo estando num dos setores mais complexos. Todos os CEO são consensuais: a Altice Labs é uma das nossas jóias da coroa", disse. 

Da IA às comunicações por satélite

A Altice Labs desvendou neste sétimo aniversário alguns dos projetos de inovação em que está a trabalhar em Aveiro, com as comunicações por satélite, aplicações baseadas em 5G e Inteligência Artificial (IA) e o desenvolvimento de soluções para a saúde em destaque.

É o caso da Arise – ferramenta de IA que visa identificar a causa de uma falha. Esta é uma ferramenta que a Altice já usa na operadora Meo e que permite "reduzir para segundos um trabalho que seria de horas", podendo ser usada noutros setores, é explicado na zona de exposição dos diferentes produtos.

E a inteligência artificial tem já um papel relevante na Meo, com Alcino Lavrador a revelar que "45% das chamadas para a operadora são resolvidas com por IA", no âmbito do projeto BotSchool Next Generation IA.

Nas comunicações por satélites há também trabalho a ser feito, com a Altice Labs a trabalhar em equipamentos que possam integrar em órbitas baixas. "Queremos estar no número restrito de países que dominam as comunicações por satélite", afirmou o diretor-geral da Altice Labs. 

Já na saúde, o polo de inovação mostrou uma tecnologia que está a ser implementada no ensino médico da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. "Na prática, trata-se de uma nova forma de ensinar os futuros médicos, colocando-os num cenário simulado, através do uso de óculos de realidade virtual, antes de serem chamados a intervenções cirúrgicas em doentes reais", explica a empresa.

Notícia atualizada pela última vez com mais detalhes às 19:27