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Alexandre Fonseca: “Este é o momento de dizer basta. O 5G é um flop em Portugal”
O presidente executivo da Altice Portugal acusa o regulador de “mentir”. E não tem dúvidas que o atraso gerado no lançamento dos leilões tornaram “o 5G um flop em Portugal”.
O presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, voltou a tecer duras críticas ao presidente do regulador do setor, reiterando mesmo a pedir a saída de Cadete de Matos da presidência da Anacom.
Numa conversa com jornalistas, o líder da dona da Meo começou por sublinhar que "este setor está a ultrapassar uma crise grave", a qual está relacionada "com acesso às redes 5G". "É uma situação tão grave que tivemos um regulador que mentiu ao Governo e ao setor", apontou.
Na base das acusações de Alexandre Fonseca estão as declarações do regulador em que garantia que a publicação do regulamento para os leilões estaria "por dias". De acordo com o calendário revisto em julho devido à pandemia, o documento seria divulgado até setembro e os leilões avançariam em outubro.
Fase a este atraso no processo e ao silêncio que alega haver da parte do regulador, e que leva a incertezas obre a estratégia prevista para a implementação da nova tecnologia, Alexandre Fonseca considera que "o 5G é um flop em Portugal. É um logro".
"Por tudo isto, este é o momento de dizer basta. É preciso tirar consequências claras e parece-me que é evidente que alguém está a mais no setor das comunicações em Portugal", acrescentou.
Questionado sobre se tinha pedido informações ao regulador sobre o ponto de situação do processo, respondeu: "Com a Anacom vou confessar que não fizemos mais nenhum pedido formal de audiências porque têm sido muito e poucas as que têm tido resposta positiva" e as que realizámos foram "infrutíferas".
Remetendo a decisão final sobre a participação ou não no leilão do 5G para quando for conhecido o regulamento final, Alexandre Fonseca voltou também a alertar que este "ambiente regulatório hostil incentiva o desinvestimento". E face à situação "grave" destacada pelo gestor, reforça que "todos os projetos de investimento da Altice em Portugal têm de ser reequacionados".