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Huawei resiste às sanções dos EUA com aumento nas receitas de 18%

A chinesa Huawei atravessou, em 2019, vários entraves à sua atividade lançados pelos Estados Unidos. Contudo, o ano termina com um saldo positivo pouco abaixo do período anterior.

Reuters
31 de Dezembro de 2019 às 10:34
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A Huawei prepara-se para terminar 2019 com resultados melhorados apesar das sanções de que foi alvo da parte dos Estados Unidos, que colocaram esta empresa na sua lista negra.

As receitas da Huawei aumentaram 18% no acumulado do ano para os 122 mil milhões de dólares, anunciou a Huawei nesta terça-feira, pouco abaixo do crescimento de 19,5% registado no ano anterior. Em maio, as previsões do fundador da empresa, Ren Zhengfei, apontavam para que os proveitos se mantivessem inalterados em comparação com o ano anterior.

Estes números foram conseguidos depois de, precisamente em maio deste ano, a Casa Branca banisse as exportações da Huawei para o Estados Unidos, ao colocar a empresa na sua lista negra. Os negócios com empresas norte-americanas ficaram, desta forma, igualmente limitados. Os analistas, de acordo com o Financial Times, atribuem os resultados da empresa a uma reconfiguração rápida da cadeia de fornecimento.

"A Huawei desenvencilhou-se bem por duas razões: repôs os componentes com origem nos Estados Unidos muito rápido; a inclusão na lista ainda permite á empresa comprar bens de várias empresas norte-americanas" comenta o analista da Dragonomics, Dan Wang, em declarações ao FT. "Há o risco, contudo, de que os EUA escalem as sanções e removam a última opção", ressalva.

A Huawei registou encomendas de 240 milhões de telemóveis em 2019, acima dos 206 milhões do ano passado. É este o mercado onde os analistas veem um maior risco, já que a Huawei não pode contar com o software da Google devido às sanções que lhe são impostas – o que levou a Huawei a criar o seu próprio software.

As investidas dos EUA

A tensão crescente entre os Estados Unidos e a Huawei já remonta a 2018, quando  a responsável financeira da Huawei e filha do respetivo fundador foi detida no Canadá por ordem dos Estados Unidos, na sequência de uma investigação que visa possíveis violações às sanções ao Irão.

Paralelamente, os Estados Unidos avançaram com acusações de que o Governo chinês poderá estar a utilizar esta tecnológica para ações de espionagem. Neste sentido, Washington exerceu pressão sobre os seus aliados para que também banissem os equipamentos da fabricante chinesa, alegando preocupações com segurança nacional e privacidade dos dados.

Vários países mostraram reticências em aceitar os serviços da Huawei, da Alemanha ao Reino Unido, e alguns chegaram mesmo a excluir a hipótese de a empresa participar na rede 5G. Contudo, a empresa teve outras vitórias, nomeadamente na Índia, que aceitou que a Huawei participasse nos testes do espetro de 5G.

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