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Conheça o novo centro de desenvolvimento e tecnologia da Bosch em Braga

Angela Merkel e António Costa "cortaram a fita" na infra-estrutura de três milhões de euros instalada em Sequeira, onde até final de 2018 a Bosch vai ter 220 portugueses a criar tecnologias para os carros autónomos.

30 de Maio de 2018 às 20:00
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Com a pompa de deixar uma freguesia minhota sitiada por intenso controlo policial e com a circunstância da visita de Angela Merkel a Portugal, a Bosch assinalou esta quarta-feira, 30 de Maio, um novo centro de desenvolvimento e tecnologia em Braga, que representou um investimento de cerca de três milhões de euros.

 

Localizado em Sequeira, a escassos 4,6 quilómetros do principal complexo industrial bracarense, dedicado a tecnologias para automóvel, as equipas desta nova unidade de 4.500 metros quadrados de área total, apresentada como "a maior obra" do grupo germânico na Europa, estarão focadas sobretudo no desenvolvimento de soluções para a divisão de sistemas de controlo de chassis.

 

Perto de uma centena de trabalhadores já foram transferidos para estas instalações e estão a desenvolver sensores e funções de software relacionados com a percepção e localização no ambiente, que irão permitir a condução autónoma. Até ao final de 2018, o grupo germânico vai contratar mais 120. Os perfis a recrutar devem ter experiência nas áreas de design de hardware, e desenvolvimento de software, óptica, física e engenharia mecânica. 

 

Este investimento demonstra o crescente significado de Portugal para o grupo. Dirk Hoheisel, membro da administração do grupo Bosch

 

Dirk Hoheisel, membro da administração da multinacional, referiu na cerimónia de inauguração que este investimento demonstra "o crescente significado de Portugal para o grupo" e dará um "contributo para a [sua] rede produtiva em todo o mundo", tendo como objectivo final "uma mobilidade sem emissões, sem acidentes e sem stress". Antes de ouvir os elogios de Angela Merkel ao projecto, o gestor salientou que o novo centro "testemunha a cooperação entre a Bosch, a Universidade do Minho e o governo português".

 

O grupo alemão já submeteu uma candidatura a fundos europeus para projectos a serem desenvolvidos a partir deste centro, em parceria com a academia minhota. A candidatura, ainda em fase de aprovação, prevê um investimento de 36 milhões de euros entre 2018 e 2021 e é considerada pela empresa como "um passo importante para posicionar Portugal como uma localização estratégica para que a condução autónoma seja uma realidade".

Na sessão inaugural, que preencheu o novo auditório, António Costa aproveitou para puxar dos galões da engenharia portuguesa e destacou também que o novo centro de tecnologia e desenvolvimento da Bosch "demonstra a excelência do sistema científico português, em particular no domínio da engenharia", que foi capaz de captar mais este investimento da multinacional alemã.

Fabricar e investigar no Minho

 

Além da parceria com a Universidade do Minho que tem sido aprofundada desde 2012 – conta inclusive com um laboratório de manufactura aditiva nesta instituição de Ensino Superior para ajudá-la a desenvolver peças complexas –, a Bosch tem ainda ligações a outros centros de conhecimento da região, como é o caso do Centro de Computação Gráfica, do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia ou do Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros.

 

A unidade industrial de Braga, onde no triénio 2016/2018 investiu perto de 240 milhões de euros, é a maior da Bosch em solo português e emprega 3.000 dos 4.500 funcionários no país. Arrancou nos anos 1990 com uma joint-venture para fazer auto-rádios, tendo evoluído depois o portefólio para os sistemas de navegação e painéis de instrumentos para as construtoras automóveis. Como sublinhou Carlos Ribas, responsável pelas operações em Portugal, agora o principal desafio passa por "tornar a condução autónoma mais segura e confortável".

 

Depois de ter ultrapassado os mil milhões de euros em 2016, a Bosch Portugal terminou o último exercício com um crescimento de 37% das vendas, que atingiram os 1,5 mil milhões de euros. Com a facturação no mercado português a fixar-se em 241 milhões de euros, uma subida homóloga de 14%, o grupo alemão reforçou a sua posição como um dos maiores exportadores de Portugal, vendendo mais de 90% da sua produção para mais de 50 países.

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