Notícia
Bruxelas quer multar e impor remédios à Google
O regulador europeu quer levar até ao fim as duas acusações já abertas contra a Google, com a imposição de multas e de remédios.
A Comissão Europeia quer que a Google mude a sua maneira de fazer negócios no bloco europeu. E está a pressionar a companhia norte-americana para efectuar mudanças, estando a prepara-se para aplicar multas.
A notícia é avançada pelo Wall Street Journal esta terça-feira, 4 de Outubro, que teve acesso a documentos do regulador, a Direcção-Geral de Concorrência (DGCom), que está sob a alçada da Comissária Europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager (na foto).
Bruxelas está a investigar a Google há cinco anos, preocupada com o abuso da sua posição de domínio no mercado, afastando rivais em diversos mercados.
Neste caso, a multa de Bruxelas pode chegar aos 10% do volume de negócios anual da empresa, num total de 6,6 mil milhões de euros, isto no pior dos cenários.
Outra das acusações abertas pela DGCom é a preferência que o sistema operativo Android dá a aplicações da Google em detrimento de aplicações rivais.
A Comissão Europeia pretende assim acusar a Google, e a sua casa-mãe a Alphabet, de "infracção" às regras anti-concorrenciais da União Europeia. O objectivo é levar as acusações até ao fim e multar a companhia.
No caso de abuso de posição dominante na publicidade online, Bruxelas defende a imposição de remédios à companhia. "Os remédios podem requerer à Google que mostre os serviços de comparação de preços dos seus concorrentes, da mesma forma que posiciona o seu próprio serviço de comparação de preços no resultados gerais de procura".
No segundo documento, a Comissão aborda a acusação do sistema operativo Android favorecer o motor de busca e o navegador da Google.
A Comissão Europeia pode ainda demorar meses, ou um ano, até chegar a uma decisão final sobre as acusações feitas contra a Google. A companhia ainda não procedeu à sua defesa e tem agora a oportunidade de responder ao regulador de forma a tentar inverter as acusações.
"Acreditamos que as nossas inovações e melhorias de produtos aumentaram a escolha dos consumidores europeus e promoveram a concorrência. Temos vontade de apresentar o nosso caso à Comissão Europeia", disse ao WSJ o porta-voz da Google, Al Verney.