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Bruxelas acusa Google de abuso de posição dominante na publicidade online
A Comissão Europeia vai esperar por uma resposta da Google antes de tomar uma decisão final. A conclusão preliminar dá conta que a tecnológica não cumpriu as regras europeias no seu serviço de comparação de preços. E que estará a restringir anúncios de concorrentes.
A Comissão Europeia vai alargar as suas investigações à Google, por indícios de abuso de posição dominante.
Em comunicado, Bruxelas fez saber que enviou dois novos pedidos de esclarecimento à tecnológica norte-americana, tendo em conta que as práticas de comparação de preços e publicidade da Google estarão a violar as regras comunitárias.
A Comissão Europeia esclarece que os novos desenvolvimentos reforçam "a sua conclusão preliminar de que a Google abusou da sua posição dominante ao favorecer sistematicamente o seu serviço de comparação de preços nas páginas de resultados de pesquisa".
O regulador diz ainda que a Google estará a "restringir artificialmente" a possibilidade de outros "sites" exibirem anúncios associados a concorrentes.
"A Google tem criado muitos produtos inovadores que mudaram as nossas vidas. Mas isso não dá à Google o direito de negar às outras empresas a possibilidade de competir e inovar", afirmou a comissária europeia com a pasta da concorrência, Margrethe Vestager.
Antes de tomar uma decisão, Bruxelas vai analisar as novas declarações da Google, que tem 10 semanas para responder ao pedido de esclarecimento. A investigação às práticas anti-concorrenciais da Google arrancou em Abril de 2015.
Se se comprovar o cenário traçado pela Comissão Europeia, Vestager garantiu que o organismo "tem o dever de actuar para proteger os consumidores e a concorrência leal nos mercados europeus".
O The Wall Street Journal dá conta que Bruxelas poderá multar a Google com um valor que pode chegar até 10% das receitas mundiais da empresa e, deste modo, alterar as suas práticas de negócio.
"Acreditamos que as nossas inovações e os desenvolvimentos dos nossos produtos aumentaram o poder de escolha dos consumidores europeus e promoveram a concorrência. Vamos analisar a argumentação da Comissão Europeia nestes casos e daremos uma resposta detalhada nas próximas semanas", reagiu a Google.
(Notícia actualizada às 12:34 com reacção da Google)