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Jornais americanos juntam-se para negociar contra Google e Facebook

Uma aliança de jornais norte-americanos, onde se integra o The New York Times, vai propor ao Congresso o direito de negociar em conjunto. Assim, com escala, poderão ter mais margem de manobra face aos gigantes Google e Facebook.

Michael Nagle/Bloomberg
10 de Julho de 2017 às 15:30
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Os jornais norte-americanos vão solicitar ao Congresso o direito de negociar em conjunto, através de uma isenção temporária das normas de concorrência, para a publicidade.

O objectivo da News Media Alliance – que integra títulos como o The Wall Street Journal, o The New York Times ou o The Washington Post e alguns jornais regionais – é fazer face à concorrência dos gigantes tecnológicos Google e Facebook, que controlam mais de 70% da publicidade digital.


No artigo publicado no The New York Times, a aliança de jornais diz que Google e Facebook "continuam a engolir o mercado de publicidade digital", retirando receitas que outrora pagavam um jornalismo de qualidade – o mesmo que as plataformas tecnológicas disponibilizam de forma gratuita.


As publicações reconhecem que estão dependentes do Google e Facebook para chegarem aos seus leitores, "lutando por atenção ao lado de notícias falsas, sites que replicam os seus conteúdos e vídeos de gatos".


A comparação vai ainda mais longe: se os gigantes tecnológicos são a "realeza da corte", os jornais "são os suplicantes e os servos". "Representam uma ameaça economicamente maior do que o presidente Trump (até agora) com a sua retórica", acrescentam. A aliança reconhece ainda que seria necessária legislação adicional para que lhes seja dada autorização para negociar como um grupo.


A acção que, mais do que uma luta pelo território digital, está focada na manutenção de um jornalismo de qualidade, aparece numa altura em que se fazem sentir os murmúrios de mais regulamentação para os gigantes da tecnologia. Isto depois de acções semelhantes em território europeu, com a Comissão Europeia a aplicar à Google a multa mais elevada de sempre: 2,4 mil milhões de euros por práticas anti-concorrenciais.


O The New York Times escreve ainda que o Facebook vai reunir esta semana com grupos editoriais para negociar a venda de subscrições. É uma forma de mitigar o impacto causado pela sua actividade, assim como a Google tem desenvolvido esforços similares com o projecto News Labs.


Neste último, a tecnológica onde desenvolveu mudanças no algoritmo para que notícias apontadas como de qualidade surjam mais acima nos resultados das pesquisas, favorecendo a inovação e o aumento de receitas.

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