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Director de campanha de Trump terá recebido dinheiro não declarado da Ucrânia

Segundo fonte governamental ucraniana, Paul Manafort recebeu 12 milhões de dólares do partido do anterior presidente ucraniano, Viktor Yanukovych. Imprensa americana associa revelação de dados sobre o partido democrata a sites ligados aos serviços de informação russa.

2. Donald Trump, candidato republicano à presidência dos EUA
Reuters
Negócios 15 de Agosto de 2016 às 18:47
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A campanha eleitoral para as presidenciais norte-americanas segue ao rubro. O candidato republicano, Donald Trump, que perdeu recentemente a liderança nas sondagens, é agora afectado por notícias que colocam em causa o seu director de campanha, Paul Manafort. Ver-se-á até onde está o polémico multimilionário disposto a aguentar o seu braço-direito.

 

Segundo uma notícia avançada ainda no domingo pelo The New York Times, entre 2007 e 2012 Paul Manafort terá recebido 12,7 milhões de dólares em pagamentos não declarados por parte do Partido das Regiões, força política ucraniana do antigo presidente do país, o dirigente pró-russo Viktor Yanukovych.


Segundo afirmações feitas pela porta-voz do recém-criado Comité Nacional Anti-Corrupção da Ucrânia, Darya Manzhrua, o Partido das Regiões, efectuou centenas de pagamentos a centenas de pessoas, entre elas o número um da campanha de Donald Trump.

 

Sem que fosse dada qualquer explicação, o dinheiro recebido por Manafort estava assinalado, o que facilitou a descoberta do mesmo por parte do Comité ucraniano constituído para enfrenta a corrupção, um problema endémico no país. Paul Manafort foi conselheiro de Yanukovych, presidente ucraniano deposto no início de 2014, na sequência dos protestos da Praça Maidan, em Kiev, contra a crescente aproximação da Ucrânia em relação à Rússia.

 

Esta segunda-feira, 15 de Agosto, Manafort apressou-se a desmentir a notícia, garantindo que a mesma "não tem qualquer fundamento". Paul Manafort assume ter recebido pagamentos do partido de Yanukovych pela prestação de aconselhamento político, mas afiança não ter auferido pagamentos por "debaixo da mesa".

 

A investigação feita no país actualmente presidido por Petro Poroshenko, nota que antes de Yanukovych ter fugido para a Rússia, o serviço prestado pela empresa de Manafort era fundamental para o partido do ex-presidente ucraniano.

 

Apesar das garantias dadas pelo chefe da campanha de Trump, o nome de Manafort aparece citado 22 vezes nas folhas de pagamentos do Partido das Regiões, escreve esta segunda-feira o The Washington Post. Analistas citados por este jornal, consideram que será difícil a Trump manter Manafort a liderar a campanha da corrida à Casa Branca.

 

A proximidade entre Manafort e Yanukovych, um antigo aliado do presidente russo, Vladimir Putin, aliada às constantes afirmações de Trump favoráveis ao presidente da Rússia vem adensar a suspensão sobre o tipo de relacionamento entre o líder russo e o magnata nova-iorquino do sector imobiliário.

 

Além de se assumir como admirador da forma de liderar de Putin, Trump pediu recentemente à Rússia ajuda para piratear o correio electrónico de Hillary Clinton, candidata democrata à presidência dos Estados Unidos que tem vindo a consolidar a liderança nos estudos de opinião desde a convenção do Partido Democrata realizada em Filadélfia.

 

A agravar ainda mais a nebulosa sobre a relação entre Putin e Trump, no domingo foi noticiado que dois sites recentemente criados, cujos operadores se acredita terem ligações aos serviços de informação russos, estão a publicar informação sensível para o Partido Democrata com o claro intuito de prejudicar a campanha de Hillary Clinton.

 

Segundo escrevia ontem o The Wall Street Journal, em causa estão os sites "Guccifer 2.0" e o "DCLeaks.com". Aquele jornal, citando duas fontes não identificadas com ligações ao processo, refere que responsáveis governamentais norte-americanos estão a avaliar a possibilidade de acusar o governo russo de estar a conduzir ataques informáticos.


Este domingo, Donald Trump justificou a sua queda nas sondagens acusando a imprensa de estar a favorecer a campanha da sua rival Clinton.

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