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50 notáveis republicanos mobilizam-se contra Donald Trump
Um conjunto de membros do Partido Republicano consideram que Trump é "um perigo para a segurança nacional" dos Estados Unidos.
Em carta aberta divulgada na passada segunda-feira, 50 figuras relevantes do Partido Republicano assumiram posição contra Donald Trump, o candidato formal do partido às presidenciais norte-americanas do próximo mês de Novembro.
Este conjunto de antigos representantes das várias administrações republicanas considera que o polémico multimilionário representa "um perigo para a segurança nacional" dos Estados Unidos e também para o "bem-estar do país".
Estes membros do GOP sustentam que Trump não dispõe do "temperamento" necessário ao desempenho da função presidencial, garantindo que o magnata do imobiliário "seria um presidente perigoso". A generalidade desta meia centena de republicanos que se mobilizou contra Trump deteve, no passado, funções ao nível das relações externas e da defesa e segurança como é o caso, por exemplo, de Michael Hayden, ex-director da CIA.
Na missiva citada pelo Washington Post, pode ainda ler-se que se for eleito, Donald Trump "será o Presidente mais negligente" da história do país, visto não ter o "carácter, os valores e a experiência" fundamentais para ocupar a Casa Branca.
No fundo, esta carta reflecte uma crítica interna às várias declarações de Trump em matéria de política externa, como as ameaças de que Washington ignoraria a cláusula de segurança mútua do tratado da NATO ou a promessa de recurso a métodos de tortura contra suspeitos de terrorismo.
Mas também ao nível interno Trump é considerado uma ameaça. "Fragiliza a autoridade moral dos Estados Unidos como líderes do mundo livre", criticam os signatários da missiva que criticam ainda o facto de Trump não deter conhecimentos básicos sobre a Constituição norte-americana e o que esta representa enquanto garante da "tolerância religiosa, liberdade de imprensa e sistema judicial independente".
"Nenhum de nós vai votar em Donald Trump", atiram. O candidato republicano respondeu dizendo que os signatários da carta representa "a elite falhada" que apenas pretende manter "agarrada" ao poder.
Senadora republicana também não votará em Trump
Num artigo publicada na segunda-feira no Washington Post, a senadora republicana do estado de Maine, em Nova Inglaterra, Susan Collins, anunciou que não votará em Trump nas eleições de Novembro.
A adesão de Collins ao movimento republicano anti-Trump é justificada pelas declarações ofensivas de Donald Trump, nomeadamente as ofensas à família Khan (pais de um soldado morto no Iraque), à ridicularização feita a um jornalista deficiente ou as críticas feitas a um juiz pelo facto de deter nacionalidade mexicana.
Há já vários senadores anti-Trump, entre os quais Lindsay Graham, da Carolina do Sul, Mark Kirk, do Illinois e Ben Sasse, no Nebrasca.