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Hollande diz que Trump provoca "náuseas" em todo o mundo

O candidato republicano continua a coleccionar polémicas. Há já um deputado do seu partido a anunciar que votará em Hillary Clinton.

03 de Agosto de 2016 às 13:39
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O Presidente francês François Hollande entrou abertamente na campanha eleitoral dos Estados Unidos ao classificar de nauseabundas algumas declarações do candidato republicano norte-americano Donald Trump. Num encontro com jornalistas em Paris, que teve lugar nesta terça-feira, 2 de Agosto, ao fim do dia, Hollande disse que os "excessos" de Trump "provocam náuseas em todo o mundo e mesmo nos Estados Unidos, sobretudo quando fala mal de um soldado, da memória de um soldado".

O Presidente francês aludia a críticas do candidato Donald Trump feita sobre os pais de um capitão do Exército dos Estados Unidos, Huamyun Khan, muçulmano, que morreu numa explosão no Iraque em 2004. Hollande, que enfrenta eleições na Primavera de 2017, sendo Marine Le Pen da Frente Nacional uma forte candidata e apoiante de Trump, disse ainda que uma vitória do republicano poderá gerar uma guinada à direita mais extremista à escala global. "Se os americanos escolherem Trump isto terá consequências, porque uma eleição norte-americana é uma eleição mundial", disse o também líder socialista francês.

Trump tem coleccionado atitudes e declarações controversas que começam a causar grande mal-estar no seio do seu próprio partido. Nesta semana, um primeiro deputado republicano tornou público que não votará no candidato oficial do partido em 8 de Novembro mas na democrata Hillary Clinton. O deputado Richard Hanna, de Nova Iorque, publicou um texto no qual classifica Trump de "profundamente falho de infinitas maneiras", "incapaz de se arrepender" e de "egocêntrico". "Para mim, não é suficiente apenas denunciar os comentários dele: ele é despreparado para servir o nosso partido e não pode liderar este país", explica Hanna no Post-Standard.

Barack Obama renovara ontem mesmo o seu apelo aos republicanos para que se demarquem do candidato do partido, argumentando que Donald Trump é "lamentavelmente despreparado" para o cargo de presidente dos Estados Unidos. "Chega a um ponto em que você tem de dizer 'basta': esta não é uma pessoa que eu possa apoiar para ser presidente dos Estados Unidos, mesmo que seja um membro do meu partido", afirmou Obama ao dirigir-se aos líderes republicanos, que - disse – têm denunciado repetidamente declarações feitas por Trump, designadamente sobre os muçulmanos e a NATO, mas continuam na esmagadora maioria a apoiá-lo para presidente. 

 

Depois da polémica envolvendo a forma irónica como se dirigiu aos pais do soldado muçulmano, o candidato republicano pediu na última noite a uma mulher que se retirasse da plateia porque o seu bebé estava a chorar. Num  primeiro momento, Trump dirigiu-se à mãe em tom afável. "Não se preocupe com o bebé. Eu amo os bebés. Ouço um bebé chorar e gosto". O magnata nova-iorquino prosseguiu com seu comício numa escola em Ashburn, no Estado da Virgínia, mas o choro da criança não cessou e, em menos de dois minutos, mudou de opinião. "Na verdade, eu só estava a brincar, você pode tirar esse bebé daqui", disse Trump que ainda escarneceu da mãe. "Acho que, na realidade, ela acreditou que eu gosto que haja um bebé a chorar enquanto falo. Tudo bem, as pessoas não entendem."

Trump deu ainda uma entrevista ao "Washington Post" na qual revela que não pode apoiar dois membros seniores do Partido Republicano -  Paul Ryan na campanha para a reeleição como presidente (speaker) do Congresso e a candidatura do senador John McCain no Arizona - porque ambas as primárias terão lugar antes da eleição presidencial. Os dois republicanos, sobretudo McCain, veterano e prisioneiro da guerra no Vietname, haviam sido muito críticos das declarações de Trump sobre os pais do soldado muçulmano.

 

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