O candidato republicano diz que há sinais negativos que o levaram a desinvestir nas bolsas e deixa o mesmo conselho aos norte-americanos.

"Investi [no mercado accionista] e depois sai num ‘timing’ muito bom", disse o candidato republicano à Casa Branca, em entrevista à Fox Business, confessando que "nunca fui um grande investidor nas bolsas".

Donald Trump aconselhou os investidores a seguirem o seu exemplo e saírem dos mercados accionistas, pois "não gosto de muitos dos sinais que estou a ver". O republicano aponta o dedo sobretudo à Reserva Federal, acusando o banco central de inflacionar os mercados accionistas.

"As taxas de juro estão artificialmente baixas", disse Trump, concluindo que "as bolsas só estão nos actuais níveis porque temos dinheiro de borla".

"Se as taxas de juro regressarem a um nível natural, que obviamente será muito mais elevado do que o actual, temos um cenário assustador pela frente", alertou Trump.

Trump não especificou quando retirou o dinheiro da bolsa. Dados revelados pela Bloomberg mostram que o republicano recentemente vendeu obrigações de várias empresas e acções de empresas como a Apple e a Bristol-Myers Squibb.

As bolsas norte-americanas têm negociado em máximos históricos nas últimas semanas, sustentadas sobretudo pela expectativa que a Reserva Federal vai ser lenta a subir a taxa de juro. No acumulado deste ano o S&P500 acumula uma valorização de 5,5%.

Apesar do cepticismo com o actual momento das bolsas, Trump diz que se vencer Hillary Clinton nas eleições de Novembro, as coisas vão mudar. "Vai ser fantástico", afirmou.

"Vamos impulsionar uma série de coisas. Construí muita riqueza para mim próprio (…) mas constituí empresas tremendas com alguns dos melhores activos do mundo (…) tenho um nível de dívida muito, muito reduzido", afirmou.

Se for presidente dos EUA, Trump pretende aumentar os gastos públicos em infra-estruturas e cortar a taxa de imposto às empresas para 15% ou menos, com o objectivo de aumentar o emprego e o crescimento económico.

Trump defende também uma taxa de imposto mais reduzida (de 10%) sobre o dinheiro que as companhias norte-americanas têm no exterior. "Muitas empresas estão a sair do país para ficarem com o dinheiro [que têm no exterior] e porque os impostos são muito elevados. Fazer regressar esse dinheiro será tremendo", afirmou.