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Endividamento dos Mello levanta dúvidas à ES Saúde

O "aumento do endividamento" da José de Mello Saúde e a "actual situação financeira" do Grupo Mello poderão ter impacto negativo na Espírito Santo Saúde, diz a administração da empresa.

24 de Setembro de 2014 às 21:31
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Além de se pronunciar sobre a oportunidade e as condições da oferta pública de aquisição lançada pela José de Mello Saúde, o conselho de administração da Espírito Santo Saúde também deixou dúvidas quanto à situação financeira do próprio Grupo José de Mello.


"O aumento de endividamento da oferente [José de Mello Saúde] resultante da concretização da oferta concorrente e a actual situação financeira do principal accionista da oferente [Grupo José de Mello] constituem dois factores que poderão impactar negativamente na retoma por parte da ESS da sua gestão estratégica de médio e longo prazo", indica a ES Saúde, no comunicado emitido esta quarta-feira, 24 de Setembro, através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

 

Com a contrapartida em 4,40 euros (preço que não poderá manter-se porque terá de haver revisão de preço para superar os 4,50 euros avançados pelo grupo Ángeles), a José de Mello iria financiar-se em dois terços do dinheiro necessário. "O financiamento da aquisição tem impacto significativo na capacidade da sociedade resultante da fusão entre a oferente e a sociedade visada, libertar fluxos de caixa suficientes para permitir o desenvolvimento do plano estratégico definido pela sociedade visada", alerta a equipa que administra a Espírito Santo Saúde.

 

O impacto do nível de endividamento na empresa resultante, sublinha o documento, iria ficar cerca de 33% acima da mediana do sector. A mediana é de uma dívida financeira líquida 3,3 vezes superior ao resultado operacional (EBIDTA) quando com a operação o rácio ficaria em 4,4 vezes.

 

Esta é uma das limitações à oferta da José de Mello Saúde apontadas pela administração presidida por Diogo de Lucena. Limitações que "poderiam ter uma importância relativa para a prossecução dos objectivos da sociedade visada, se o accionista da oferente apresentasse um nível de alavancagem reduzido". Contudo, essa não parece ser a ideia da Espírito Santo Saúde: "tanto quanto é do conhecimento público, o Grupo José de Mello tinha a 31 de Dezembro de 2013 5,5 mil milhões de euros de dívida financeira líquida, o que corresponde a um rácio de autonomia financeira de apenas 6,5%".

 

Uma das dificuldades que poderia vir para a Espírito Santo Saúde, caso se verificasse o sucesso da OPA, era o "regresso sem restrições ao mercado financeiro".

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