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OPA à ES Saúde: Críticas aos Mello, sim à Ángeles
A OPA dos mexicanos à ES Saúde é aceitável. A dos Mello não reflecte sinergias. A da Ángeles protege trabalhadores; a segunda pode levar a despedimentos. E a dívida dos Mello traz dúvida à administração da ESS.
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No mesmo minuto, o conselho de administração da Espírito Santo Saúde pronunciou-se sobre duas ofertas de aquisição: a da José de Mello Saúde e a da Ángeles, já com o novo preço. Mas a data de publicação dos documentos é das poucas coisas em comum. De resto, a posição da administração da dona do Hospital da Luz sobre as duas operações é antagónica.
Do lado da Ángeles, o conselho presidido por Diogo de Lucena "entende que a contrapartida oferecida de 4,50 euros continua a afigurar-se como aceitável". E já não tem preocupações com a falta de prémio de controlo, como havia dito quando o preço era 4,30 euros. "Este conselho reconhece que esta oferta poderá ser geradora de valor".
Já em relação à promessa de 4,40 euros por acção da José de Mello Saúde, a proprietária do Hospital da Luz começa por dizer que o preço tem de ser revisto para superar em 2% a oferta dos mexicanos (ou os 4,72 euros da Fidelidade, caso a sua OPA seja registada). A contrapartida "não reflecte a partilha de quaisquer potenciais sinergias decorrentes" do sucesso da operação.
"Os níveis de crescimento do grupo resultante da combinação de negócios poderão não ser suficientes, no curto prazo, para fazer face às referidas duplicações, o que poderá, na opinião do conselho de administração, conduzir a reduções de postos de trabalho", sublinha o comunicado sobre a empresa portuguesa.
No outro documento, relativo à Ángeles, a administração sublinha que não está prevista a "realocação de trabalhadores".
Sobre a concorrência, o facto de os mexicanos não terem presença em Portugal é sublinhado. Sobre os Mello é evidenciado o aspecto oposto: a ESS admite até que, em sequência de medidas impostas pela Autoridade da Concorrência, possam ter de ser vendidos hospitais.
A empresa liderada por Isabel Vaz levanta ainda dúvidas quanto ao endividamento do Grupo Mello. E diz que o sucesso da OPA iria prejudicar o grupo e afectar negativamente a Espírito Santo Saúde.