Notícia
Isabel dos Santos acusa Balsemão de ser "ganancioso"
A dona da maioria do capital da operadora Zap compara os alegados montantes pedidos para a transmissão da SIC em Angola - 1 milhão de euros - com as verbas muito mais reduzidas que serão cobradas pela Al Jazeera e BBC.
A empresária angolana Isabel dos Santos, dona da Zap, acusa Pinto Balsemão, de ser "ganancioso", na sequência da decisão tomada por aquela operadora em Março de deixar de transmitir os canais SIC Notícias e SIC Internacional em Angola.
A incofessável ganância comercial de Pinto Balsemão:SIC preço 1milhão Euros/ano. Comparar com BBC 33mil€/ano, AlJazeah 66mil€/ano @expresso
— Isabel Dos Santos (@isabelaangola) 8 de junho de 2017
Numa mensagem publicada esta quinta-feira, 8 de Junho, na rede social Twitter, a também presidente da Sonangol e filha do presidente angolano, acusa Pinto Balsemão de "inconfessável ganância" por alegadamente exigir um milhão de euros por ano para a transmissão dos canais da estação de Carnaxide em Angola, quando a BBC e a Al Jazeera pedem 33 mil euros e 66 mil euros por ano, respectivamente.
O tweet – que é repetido em mais duas línguas, francês e inglês – acrescenta ainda na versão francesa que "a razão [para a suspensão] é comercial, não política", não se especificando se se dirige ao CEO da Impresa, Francisco Pedro Pinto Balsemão, ou ao fundador Francisco Pinto Balsemão. E que "a SIC é demasiado cara."
Ainda esta semana mais uma operadora, a DStv, cancelou a transmissão dos mesmos canais - que assim deixaram de ser transmitidos em território angolano -, decisão a que a SIC disse ser "totalmente alheia." Uma alteração que chega em cima da campanha para as eleições de Agosto, em que José Eduardo dos Santos não se recandidata e João Lourenço surge como candidato do MPLA.
Tal como avançava a agência noticiosa AFP, a difusão dos dois canais portugueses foi suspensa a 14 de Março passado, depois de terem divulgado reportagens críticas ao regime de Luanda. Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, disse na altura que a Zap continuaria a exibir outros canais SIC (SIC Radical, SIC Mulher, SIC K e SIC Caras).
Segundo a Lusa, a operadora Nos detém 30% da Zap, sendo o restante capital detido pela Sociedade de Investimentos e Participações, da empresária angolana Isabel dos Santos. A Zap iniciou a sua actividade no mercado angolano em Abril de 2010 e é actualmente a maior operadora de TV por satélite em Angola.
A DStv, lançada em 1995, é uma marca detida pela empresa de media de origem sul-africana MultiChoice.
O Negócios contactou a Impresa para obter uma reacção mas até ao momento ainda não foi possível obter resposta.
As acções da Impresa somam 6,29% para 0,372 euros e as da Nos recuam 0,33% para 5,49 euros.
(Notícia corrigida às 9:26, com referência a Francisco Pedro Pinto Balsemão e a Francisco Pinto Balsemão)