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Consumidores angolanos avançam para tribunal por exclusão dos canais da SIC

A associação angolana que representa os consumidores vai avançar com uma acção em tribunal contra a Zap e a DStv por terem excluído os canais da SIC.

630.º Isabel dos Santos, accionista em várias empresas. Fortuna avaliada em 3,1 mil milhões de dólares. Portugal
reuters, bloomberg
09 de Junho de 2017 às 16:04
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A Associação Angolana dos Direitos do Consumidor (AADIC) divulgou  que vai intentar em tribunal uma acção popular colectiva contra as distribuidoras de televisão por subscrição Zap e DStv, pela exclusão dos canais do grupo português SIC. 

A posição foi expressa à Lusa pelo vice-presidente da AADIC, Lourenço Texe, que considera ser uma "violação flagrante do direito do consumidor" por verem rompido unilateralmente um contrato onde estavam incluídos os canais SIC Internacional África e SIC Notícias, de um "pacote previamente pago".

 

"Vamos intentar uma acção popular colectiva de pessoa incerta sobre todos aqueles que se sintam ofendidos porque estamos a fazer a defesa legítima dos interesses dos consumidores que nesse caso somos todos nós", disse.

 

De acordo com o vice-presidente da AADIC, decorre já, a nível da associação, a elaboração final da peça processual cuja petição inicial deverá ser remetida ao tribunal na segunda-feira.

 

"Estamos a sublinhar o caso da DStv agora por ser apenas o mais recente e até porque a DStv ainda cumpriu com o pressuposto legal que é fazer uma informação ao consumidor. Já o caso da Zap, nem sequer isto aconteceu simplesmente: o canal desapareceu. Entretanto, nós estamos a trabalhar internamente, existem alguns pressupostos técnicos que nós devemos observar para que a peça seja bem elaborada", apontou.

 

Lourenço Texe lamentou ainda o facto de "nem sequer" ter havido uma tentativa de diálogo de ambas as empresas tendo em conta os "consumidores lesados".

 

"No sentido de dar ao consumidor a possibilidade de escolha, redução do valor ou ainda a restituição da diferença do valor por não ter aquele canal incluído no pacote que foi pago", referiu.

 

Na quinta-feira, a empresária Isabel dos Santos, que detém a distribuidora angolana de televisão por subscrição Zap, escreveu nas redes socais que "a SIC é muito cara" e que a exclusão dos canais daquele grupo português é uma decisão comercial.

 

Desde a meia-noite de segunda-feira que a operadora de televisão por subscrição Multichoice, através da plataforma internacional DStv, deixou de transmitir os canais SIC Notícias e SIC Internacional África em Angola.

 

Esta decisão é semelhante à tomada anteriormente pela Zap, outra das duas operadoras generalistas em Angola, que em 14 de março interrompeu a difusão dos canais SIC Internacional e SIC Notícias nos mercados de Angola e Moçambique, o que aconteceu depois de o canal português ter divulgado reportagens críticas ao regime de Luanda.

 

A Multichoice África, que tem a plataforma DStv, fornece serviços de televisão pré-paga de canais digitais múltiplos contendo canais de África, América, China, Índia, Ásia e Europa, por satélite.

 

Já a Zap, que iniciou a sua atividade no mercado angolano em abril de 2010, é atualmente a maior operadora de TV por satélite em Angola.

 

A operadora portuguesa NOS detém 30% da Zap, sendo o restante capital detido pela Sociedade de Investimentos e Participações, da empresária angolana Isabel dos Santos.

 

A maioria do capital da NOS é detido pela ZOPT, 'holding' detida pela Sonae e por Isabel dos Santos.

 

Os restantes canais do grupo português, SIC Mulher, SIC Radical, SIC Caras e SIC K, continuam a ser transmitidos normalmente em Angola.

 

Na segunda-feira, a SIC disse ser "totalmente alheia" ao facto de os canais SIC Notícias e SIC Internacional África terem deixado de ser transmitidos pela plataforma DStv em Angola, acrescentando que a transmissão dos dois canais se mantém em Moçambique através da DStv.

 

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