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Impresa quer vender revistas. Visão pode fechar

O plano da Impresa passará por vender revistas até ao final do ano sendo que, se não o conseguir, irá equacionar o fecho das publicações.

A Impresa é liderada desde o ano passado por Francisco Pedro Pinto Balsemão. Miguel Baltazar/Negócios
23 de Agosto de 2017 às 16:54
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A Impresa estará a equacionar o fecho da Visão e outras revistas do grupo de media, noticiou o jornal Público, que cita uma comunicação efectuada esta quarta-feira pela administração da cotada aos directores das publicações em causa.

 

Segundo o jornal, é certo que o Expresso se manterá na carteira de publicações da Impresa, que integram também a Caras, Activa, Exame, Exame Informática, Telenovelas e TV Mais, Courier Internacional, Blitz e Jornal de Letras.

 

A produção da Exame e do Courier é assegurada pela redacção do Expresso. O Blitz e Exame Informática têm, cada uma, quatro jornalistas.

 

Já depois da notícia do Público, a Impresa emitiu uma nota à comunicação social, onde admite redução da exposição ao segmento das revistas e a venda de activos, mas não comenta nenhuma publicação em particular.

 

"Tendo em conta o Plano Estratégico elaborado para o triénio 2017-2019, a IMPRESA procederá a um reposicionamento estratégico da sua actividade, que implicará uma redução da sua exposição ao sector das revistas e um enfoque primordialmente nas componentes do audiovisual e do digital", refere a nota da Impresa, dando conta que "iniciou um processo formal de avaliação do seu portfolio e respectivos títulos, que poderá implicar a alienação de activos".

 

Acrescenta que a "prioridade passa por continuar a melhorar a situação financeira do Grupo, assegurando a sua sustentabilidade económica, e logo a sua independência editorial".

Segundo o Observador, a opção pelo fecho da Visão só acontecerá se falhar a venda da revista até ao final do ano. Os trabalhadores da revista, segundo a mesma fonte, estão reunidos em plenário, onde foram informados dos planos da administração.

 

Segundo apurou o Negócios, esta opção da Impresa de partir para o fecho de revistas surge devido à pressão por parte dos bancos, depois de ter falhado a emissão de 35 milhões de euros em obrigações, justificada com o ambiente de mercado no pós OPA da Meo sobre a Media Capital.

 

"Todas as empresas têm de ganhar dinheiro"

 

A Impresa é liderada desde o ano passado por Francisco Pedro Pinto Balsemão, que sucedeu ao seu pai no cargo de CEO. Francisco Pinto Balsemão, numa entrevista recente à Villas & Golfe, afirmou que a família pretende manter a maioria do capital.

"Eu morro, mas a família mantém-se", afirmou o empresário, afastando a obrigatoriedade de entrada de capital estrangeiro. Qual é a solução, questiona o jornalista: "Todas as empresas, nomeadamente as da comunicação social, têm de ganhar dinheiro para poderem ser independentes. Passa por gerir bem, diversificar receitas, reduzir despesas, como já falámos há pouco, com tudo o que é necessário", respondeu Balsemão.

 

As dificuldades da Impresa ficaram mais evidentes quando, em Julho, a cotada não conseguiu concretizar um empréstimo obrigacionista no valor de 35 milhões de euros, que serviria para renovar dívida que vence em 2018.

 

Já depois disso, a 27 de Julho, a cotada anunciou que fechou o primeiro semestre com lucros de 85.603 euros, uma quebra de 93% face ao mesmo período do ano passado. No mesmo período, as receitas baixaram 5,1%, para os 99,2 milhões de euros.

(notícia actualizada às 17:20 com mais informação e comunicado da Impresa)

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