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Balsemão: “Eu morro, mas a família mantém-se”
Pinto Balsemão afasta a necessidade de perder o controlo da Impresa. Admite que o maior erro terá sido disponibilizar conteúdos na internet sem se cobrar.
Francisco Pinto Balsemão recusou falar sobre política ou qualquer interveniente político, bem como sobre si próprio, numa entrevista à Villas & Golfe. Já sobre o futuro da Impresa, dona de publicações como a SIC e o Expresso, reitera o interesse em manter a maioria do capital.
"Eu morro, mas a família mantém-se", afirma o empresário, afastando a obrigatoriedade de entrada de capital estrangeiro. Qual é a solução, questiona o jornalista: "Todas as empresas, nomeadamente as da comunicação social, têm de ganhar dinheiro para poderem ser independentes. Passa por gerir bem, diversificar receitas, reduzir despesas, como já falámos há pouco, com tudo o que é necessário", respondeu Balsemão.
Questionado sobre se vai precisar de capitais estrangeiros, admite que já teve "vários sócios, portugueses e estrangeiros, mas penso que deter a maioria é importante, enquanto puder detê-la."
Já sobre o futuro do jornalismo é preciso que as empresas de media "ganhem dinheiro e estejam sujeitas a regras deontológicas e a sanções quando não cumprem essas regras", especialmente numa altura em que proliferam as falsas notícias e os factos alternativos.
O fundador da Impresa assume que um dos maiores erros foi ter entrado na internet sem se cobrar pelos conteúdos. Não foi um erro apenas seu, "foi de toda a gente no mundo". Na altura, explica na entrevista, "acreditámos que quase toda a gente, no mundo da comunicação social, podia oferecer os conteúdos, porque seria tal o ingresso, em termos de receitas publicitárias, que seria seguramente recompensador". Um erro que actualmente está a sair caro aos órgãos de comunicação em todo o mundo.
E o futuro dos jornalistas é serem polivalentes, defende, capazes de "trabalhar com meios digitais". "Um jornalista competente" tem de se focar em responder ao "como" e ao "porquê", os três outros elementos clássicos da notícia (o quem, o onde e o quando) estão "cada vez mais reservados para as redes sociais, que muitas vezes se enganam".
Balsemão recusou, nesta entrevista, responder a qualquer pergunta sobre política.