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Impresa desvaloriza 5% após admitir venda de revistas
A venda de revistas é encarada pelo CaixaBI como um "passo necessário" para a Impresa reduzir a dívida, mas a medida não foi bem recebida no mercado.
As acções da Impresa caíram 4,95% para 30,7 cêntimos na primeira sessão após a empresa ter revelado que "procederá a um reposicionamento estratégico da sua actividade, que implicará uma redução da sua exposição ao sector das revistas e um enfoque primordialmente nas componentes do audiovisual e do digital".
A queda chegou a ser mais intensa na parte inicial da sessão, com os títulos a descerem mais de 10% para mínimos de 2 de Junho. Foram transaccionados 1,17 milhões de acções, uma liquidez que se situa acima da média diária dos últimos seis meses (abaixo de 1 milhão) e mais de 10 vezes superior ao registado as últimas duas sessões.
Apesar da queda de hoje, a empresa liderada por Francisco Pedro Balsemão (na foto) regista um ganho de 61,58% desde o início de 2017. A capitalização bolsista da cotada é de 51,6 milhões de euros, tendo as acções este ano beneficiado com os sucessivos rumores e análises que dão conta que a Impresa é um alvo apetecível para a Nos, sobretudo depois de a rival Altice ter concretizado o acordo para comprar a Media Capital.
A Impresa emitiu uma nota à comunicação social onde admite redução da exposição ao segmento das revistas e a venda de activos, mas não comenta nenhuma publicação em particular. Isto depois de vários meios de comunicação terem adiantado que a Visão será encerrada caso não seja vendida até ao final do ano.
"Tendo em conta o Plano Estratégico elaborado para o triénio 2017-2019, a IMPRESA procederá a um reposicionamento estratégico da sua actividade, que implicará uma redução da sua exposição ao sector das revistas e um enfoque primordialmente nas componentes do audiovisual e do digital", refere a nota da Impresa, dando conta que "iniciou um processo formal de avaliação do seu portfolio e respectivos títulos, que poderá implicar a alienação de activos".
O CaixaBI, unidade de investimento da Caixa Geral de Depósitos, numa nota de análise a que o Negócios teve acesso, refere que "o reposicionamento estratégico ao nível do sector das revistas surge como um passo necessário tendo em vista uma maior desalavancagem da empresa".
A Impresa, na nota emitida ontem, acrescenta que a "prioridade passa por continuar a melhorar a situação financeira do Grupo, assegurando a sua sustentabilidade económica, e logo a sua independência editorial".
Segundo apurou o Negócios, esta opção da Impresa de partir para o fecho de revistas surge devido à pressão por parte dos bancos, depois de ter falhado a emissão de 35 milhões de euros em obrigações, justificada com o ambiente de mercado no pós OPA da Meo sobre a Media Capital.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.