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Impresa desvaloriza 10% após admitir que pretende alienar revistas
A Impresa admitiu ontem que pretende reduzir a sua exposição ao segmento das revistas e a venda de activos. Não comentou nenhuma publicação em particular, mas o jornal Público noticiou que a Visão poderá ser encerrada. As acções já caíram 10%.
A Impresa está a sofrer uma forte desvalorização na bolsa de Lisboa nesta primeira sessão após a empresa ter revelado ao mercado que "procederá a um reposicionamento estratégico da sua actividade, que implicará uma redução da sua exposição ao sector das revistas e um enfoque primordialmente nas componentes do audiovisual e do digital".
As acções da Imprensa descem 7,43% para 29,9 cêntimos, tendo já recuado na actual sessão 10,22% para 29 cêntimos, o que representa o valor mais baixo desde 2 de Junho (dia em que negociou nos 28,2 cêntimos). Para já a liquidez do título pode ser considerada baixa, dado que trocaram de mãos perto de 340 mil acções e a média diária dos últimos seis meses é superior a 986 mil títulos.
Apesar da queda que regista na actual sessão, a empresa liderada por Francisco Pedro Balsemão (na foto) regista um ganho de 65,26% desde o início de 2017. A capitalização bolsista da cotada é de 52,8 milhões de euros.
O jornal Público noticiou ontem à tarde que a Impresa estaria a equacionar o fecho da Visão e outras revistas do grupo. Segundo o jornal, é certo que o Expresso se manterá na carteira de publicações da Impresa, que integram também a Caras, Activa, Exame, Exame Informática, Telenovelas e TV Mais, Courier Internacional, Blitz e Jornal de Letras.
Já depois da notícia do Público, a Impresa emitiu uma nota à comunicação social, onde admite redução da exposição ao segmento das revistas e a venda de activos, mas não comenta nenhuma publicação em particular.
"Tendo em conta o Plano Estratégico elaborado para o triénio 2017-2019, a IMPRESA procederá a um reposicionamento estratégico da sua actividade, que implicará uma redução da sua exposição ao sector das revistas e um enfoque primordialmente nas componentes do audiovisual e do digital", refere a nota da Impresa, dando conta que "iniciou um processo formal de avaliação do seu portfolio e respectivos títulos, que poderá implicar a alienação de activos".
Acrescenta que a "prioridade passa por continuar a melhorar a situação financeira do Grupo, assegurando a sua sustentabilidade económica, e logo a sua independência editorial".
Segundo apurou o Negócios, esta opção da Impresa de partir para o fecho de revistas surge devido à pressão por parte dos bancos, depois de ter falhado a emissão de 35 milhões de euros em obrigações, justificada com o ambiente de mercado no pós OPA da Meo sobre a Media Capital.
O CaixaBI, unidade de investimento da Caixa Geral de Depósitos, numa nota de análise a que o Negócios teve acesso, refere que "o reposicionamento estratégico ao nível do sector das revistas surge como um passo necessário tendo em vista uma maior desalavancagem da empresa".
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.