"A RTP é um serviço público. Há aqui algum equívoco por parte da administração da RTP", afirmou Camilo Azevedo, presidente da Comissão de Trabalhadores da estação pública, ao Negócios quando questionado sobre a decisão de oferecer 18 milhões de euros pelos direitos televisivos da Liga dos Campeões.

"A estratégia da estação continua a ser puramente comercial", acusou o responsável, acrescentando que, além de ser uma empresa, a "RTP é um serviço" público.

O Negócios noticiou esta quarta-feira, 19 de Novembro, que a RTP garantiu os direitos televisivos das próximas três temporadas da Champions por 18 milhões de euros. Este contrato inclui 16 jogos por época e resumos.

O valor oferecido este ano pela estação pública supera o que a própria ofereceu em 2009 (17,5 milhões de euros) e o que a TVI ofereceu em 2011 (13,5 milhões de euros). Nesse ano, a estação de Queluz foi o único canal generalista a participar na corrida aos direitos televisivos da liga milionária.

Questionado sobre esta oferta, o presidente da RTP, Alberto da Ponte, optou por não fazer qualquer comentário, afirmando que esta notícia não seria dada por si mas sim pela direcção de informação.

O ministro que tutela a comunicação social do Estado, Miguel Poiares Maduro, também optou por não fazer comentários, remetendo o caso para o Conselho Geral Independente, órgão que tem como função escolher o conselho de administração e supervisionar a actividade da RTP. O Negócios contactou o Conselho Geral Independente mas até ao momento ainda não conseguiu obter nenhuma reacção.  

O Negócios sabe que o concurso já está fechado e que o contrato já terá sido formalizado. Falta agora o anúncio oficial da UEFA, que deverá ocorrer esta sexta-feira.