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Bruxelas garante que não exigiu a Atenas encerramento da TV e rádio públicas gregas
A Comissão Europeia assegurou esta quarta-feira que não solicitou o encerramento da televisão e rádio pública grega (ERT), "uma decisão tomada em total autonomia" pelas autoridades da Grécia, que também não questiona.
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"A Comissão não solicitou o encerramento da ERT, mas a Comissão também não questiona o mandato do Governo grego para gerir o sector público", e melhorá-lo, no quadro das reformas que estão a ser levadas a cabo na Grécia, lê-se num comunicado hoje divulgado pelo executivo comunitário, face à polémica suscitada pela medida, alegadamente reclamada a Atenas pela 'troika'.
A Comissão sustenta que "a decisão das autoridades gregas deve ser vista no contexto dos esforços, grandes e necessários, que as autoridades estão a fazer para modernizar a economia grega", e que "incluem melhorar a eficiência e eficácia do sector público".
O executivo comunitário diz ainda compreender "a situação difícil do pessoal da ERT" e esperar que os anunciados despedimentos sejam levados a cabo "em total respeito pelo quadro legal aplicável".
Por fim, recordando que a Comissão apoia o papel da televisão pública como parte integrante da democracia europeia, mas que os Tratados deixam claro que as escolhas estratégicas do serviço público cabem aos Estados-membros, o executivo comunitário saúda o compromisso do Governo grego de "lançar um actor de media que preencha o importante papel de radiodifusão pública e seja financeiramente sustentável".
O Governo grego anunciou na terça-feira o encerramento imediato da televisão e rádio pública, ERT, o que vai levar ao despedimento de 2.700 pessoas.
"A ERT é um caso de extraordinária falta de transparência e de incrível esbanjamento. Isso acaba agora", disse o porta-voz do Governo, Simos Kedikoglou, acrescentando que, no seu lugar, "começará a funcionar o mais rapidamente possível um organismo público, moderno, com muito menos pessoal".
A questão foi hoje levantada por diversos eurodeputados durante um debate no Parlamento Europeu, com representantes da Comissão Europeia, com os parlamentares a pedirem explicações e a questionar se a Comissão, como membro da 'troika', exigiu a medida a Atenas.