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Têxtil "descose" espanhóis para renovar máximo nas exportações
As vendas ao exterior cresceram quase 2% no ano passado, fixando um novo recorde para a indústria têxtil e de vestuário. A diversificação de mercados e o impulso de Itália contrariaram o efeito negativo da Inditex e do Brexit.
A indústria portuguesa do têxtil e do vestuário registou o nono ano consecutivo de crescimento nas exportações, renovando em 2018 um novo máximo de vendas com 5.314 milhões de euros, que representa um aumento de 1,9% em relação ao comportamento que já tinha sido histórico no ano anterior.
Os dados compilados pela principal associação do setor (ATP), com base nas estatísticas do INE, mostram que o segmento mais dinâmico foi o de "têxteis para o lar e outros artigos têxteis confecionados" (+5%), seguido da categoria de matérias têxteis e de vestuário, com ambas a progredirem 1,4% em termos homólogos.
Em termos de mercados, o maior destaque vai para a nova quebra anual nas compras por parte dos clientes de Espanha (-3,9%), numa altura em que a dona da Zara tem vindo a encolher as encomendas no país. Ainda assim, o país vizinho continua a liderar o ranking dos melhores destinos (quota de 31,9%), que no top 5 vê também o Reino Unido recuar 3,3% devido ao efeito Brexit.
Por outro lado, o encolhimento espanhol e britânico acabou por ser compensado pelo crescimento noutros mercados, com destaque para Itália: crescimento de 35%, correspondente a mais 85 milhões de euros comprados, superando mesmo o valor dos Estados Unidos e ascendendo ao quinto lugar do ranking. Holanda (12,2%) e China (62%) são outras origens destacadas pelo líder da ATP, Paulo Melo.
Feitas as contas, a partir dos dados do comércio internacional divulgados pelo INE, esta indústria dita tradicional, que emprega perto de 137 mil pessoas (concentradas sobretudo nos distritos de Braga e do Porto) registou no ano passado um saldo positivo na balança comercial de 1.006 milhões de euros, com uma taxa de cobertura de 123%.