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FLM começou com moda gay e entra nos biquínis

A têxtil de Guimarães, que se especializou na produção de moda íntima gay, está a investir 100 mil euros na diversificação da produção para os fatos de banho e de desporto.

Rui Neves ruineves@negocios.pt 19 de Fevereiro de 2019 às 15:46

Filipe Marinho debutou profissionalmente no departamento comercial da fábrica de tecidos de algodão e linho do Castanheiro, criada em Guimarães em 1885 e que faliu há mais de uma década.

 

Depois de andar a vender toalhas, tornou-se empresário em 1995 como agente de representação de bordados e materiais para a indústria de lingerie, tendo calcorreado as feiras internacionais da especialidade.

 

Numa dessas viagens, travou conhecimento com os espanhóis da ES Collection, que fabricavam em Portugal as suas coleções de roupa interior e de fatos de banho, as quais granjeavam bastante sucesso no segmento gay. Nasceu então uma relação profissional de sucesso.

 

Até que, no final 2011, o empresário cria a Filipe Marinho - Têxteis, mais conhecida por FLM Têxteis. Comprava as matérias-primas e subcontratava a produção. Somou bons negócios e clientes, e sempre a trabalhar em regime de "private label" (produção para terceiros).

 

"Especializamo-nos na produção de moda íntima para o segmento gay, um nicho de mercado muito interessante particularmente exigente, de ‘trend setters’, com muita sensibilidade para as questões de moda", contou Filipe Marinho ao Jornal T, da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP).

 

Até que se apercebeu que já não bastava controlar as operações de corte e confeção. "Comecei a sentir uma enorme dificuldade em contratar pequenas quantidades e produtos de nicho", confidenciou à mesma publicação.

 

"Percebi que tinha de ter produção. Ser só comercial não chegava", concluiu o dono da FLM, que no ano passado assumiu controlo de uma fábrica de confeções em Guimarães, tendo conseguido o apoio de fundos comunitários de mais de 50 mil euros para um investimento de 110 mil euros no reequipamento da unidade industrial e design gráfico para a área desportiva.

 

"O principal objetivo deste projeto de investimento é aumentar a capacidade de exportação da FLM através da sua presença em novos mercados e aumentar a visibilidade dos serviços e produtos desenvolvidos nos mercados internacionais, propondo investimentos que aumentem sua capacidade de internacionalização, integração em novos mercados e consolidação", lê-se na ficha da candidatura da empresa aprovada pelo programa operacional Norte 2020.

 

Tirando partido da versatilidade do seu parque de máquinas de costura, a FLM, que conta com uma equipa multidisciplinar de 22 pessoas, está agora a diversificar a produção da moda interior masculina para os fatos de banho e de desporto.

 

Ao Jornal T, Filipe Marinho adiantou que prevê fechar este ano com um volume de negócios de 1,35 milhões de euros e em velocidade de cruzeiro atingir os cinco milhões de euros.

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