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Têxteis para hotelaria "repousam" na histórica fiação das Aves

A primeira fábrica de fiação do país, abandonada desde o início do século no Vale do Ave, vai concentrar na segunda metade de 2019 a produção, logística e distribuição da Hotelar, num investimento de sete milhões de euros.

13 de Fevereiro de 2019 às 18:30
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Toalhas de banho e de mesa, roupa de cama, roupões e chinelos, entre outros produtos têxteis para hotéis, lavandarias industriais, ginásios, spas e restaurantes, vão voltar a encher uma parte da histórica e arruinada Fábrica de Fiação e Tecidos do Rio Vizela já a partir de meados de 2019, a altura estimada para a conclusão da terceira e última fase das obras de reabilitação deste complexo industrial na Vila das Aves.

 

Num investimento previsto de sete milhões de euros, segundo o administrador, Luís Pereira, a Hotelar Têxteis vai "juntar todas as valências [produção, logística e distribuição] debaixo do mesmo tecto", um "antigo desiderato" da empresa, num terreno com 37 mil metros quadrados, dos quais 22 mil são de área coberta e distribuídos por dois pisos. Fundada em 1995 por Albino Pereira, a empresa familiar de Santo Tirso reclama a liderança de mercado neste segmento em Portugal, onde tem como clientes os grupos Pestana e Vila Galé.

 

Localizada na margem esquerda do rio Ave, a emblemática unidade industrial criada em 1845 e abandonada desde o início do século XXI foi a primeira fábrica de fiação do país e chegou a ser uma das maiores têxteis da Europa. Razão para a chegada do comboio à freguesia de São Tomé de Negrelos, nos tempos áureos que coincidiram com o início dos anos 1950 chegou a ocupar uma área superior a nove quilómetros quadrados, a empregar 3.000 operários e a ter cerca de 1.200 teares em funcionamento.

 

O projeto de reabilitação em curso é da autoria da Ad Quadratum, um gabinete de arquitetura com sede em Vila Nova de Famalicão e escritório também em Felgueiras, que tem no portefólio a recuperação do Convento do Beato, em Lisboa, ou a ampliação do centro produtivo da Cerealis, na Trofa. Criado em 1999, o gabinete é liderado por José António Lopes, licenciado pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto e pós-graduado em Estudos Avançados em Património Arquitetónico, que assume todas as intervenções.

Com os têxteis-lar novamente em destaque, a indústria portuguesa do têxtil e do vestuário registou em 2018 o nono ano consecutivo de crescimento nas exportações, renovando o máximo de vendas ao exterior com 5.314 milhões de euros, que representa uma subida homóloga de 1,9%. A diversificação de mercados e o impulso das compras por parte dos italianos contrariaram o efeito negativo da quebra de encomendas da dona da Zara e também do Brexit.

(Notícia atualizada às 10:58 de 14 de fevereiro com declarações do administrador da empresa)

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