Notícia
Portugal ganha "estatuto" na melhor feira de moda masculina
Por ser o "país convidado" na Pitti Uomo, em Florença, mais de uma dezena de empresas, marcas e estilistas nacionais beneficiam na promoção externa. Itália foi o destino que mais cresceu nas exportações do setor em 2018.
Aquela que é considerada a mais icónica feira de moda masculina do mundo vai ter Portugal como "país convidado", um estatuto que permite às empresas portuguesas terem um "espaço privilegiado" neste evento de três dias e também beneficiarem do programa de promoção internacional concebido pelos próprios organizadores e direcionado a todos os mercados representados.
Na 95.ª edição da Pitti Uomo, que arranca esta terça-feira, 8 de janeiro, ruma a Florença uma vasta comitiva de empresas, marcas e estilistas portugueses de diferentes segmentos de atividade, desde o vestuário mais clássico ao "sportswear", passando pelos acessórios. Deste grupo empresarial fazem parte a Dielmar, Poente, Caiagua, +351, Ecolã, Hugo Costa, Ideal & Co, Labuta, Mano Studio, Nycole e WestMister.
Mais de 30 mil visitantes são aguardados nesta primeira edição de 2019 da Pitti Uomo. Empresários, designers, compradores de grandes marcas, representantes de cadeias de distribuição, delegações institucionais e jornalistas vão estar neste certame em Itália, o mercado que em 2018 mais aumentou as compras a Portugal, em termos absolutos, com um incremento de 70 milhões de euros, mais 35% do que no período homólogo.
"Portugal ser a ‘guest nation’ desta edição é extremamente importante para as marcas presentes e para o país num sentido mais geral, visto apresentar uma face de Portugal pouco conhecida e que vai para além da produção, onde a criatividade e a autenticidade são valores fundamentais", destaca numa nota de imprensa o cofundador da Ideal & Co, José Lima, uma empresa do Porto especializada em produtos em pele.
Negócio mais digital e internacional
Oito das empresas participantes vão estar na cidade transalpina ao abrigo do projeto "From Portugal", numa iniciativa da Selectiva Moda, liderada por Manuel Serrão, e pela principal associação setorial (ATP), que no renovado programa de promoção internacional desta indústria pretende seguir uma estratégia mais digital e transversal em termos de mercados, chegando assim a novos públicos.
Como o Negócios noticiou em outubro de 2018, o novo programa designado "Fashion From Portugal 4.0", a vigorar até setembro deste ano, envolve um investimento de 670 mil euros, cofinanciado por fundos comunitários. Entre outros, inclui o lançamento de uma rede social para profissionais do têxtil e da moda com origem portuguesa e que estão espalhados pelo mundo, ou o lançamento de um jornal em língua inglesa para ajudar a projetar a imagem do setor fora do país.
Esta indústria que emprega perto de 137 mil pessoas registou em 2017 o oitavo ano consecutivo de crescimento das exportações e vendeu no estrangeiro mais de 5.200 milhões de euros para cerca de 180 países, superando o anterior máximo de 2001 e com Espanha a liderar, valendo mais de um terço do total. Até outubro de 2018, as vendas de têxteis e vestuário ao exterior estavam a subir 2,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior, num montante acumulado de 4.477 milhões de euros.