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Como está a evoluir o mercado imobiliário nacional?

O Negócios dá-lhe um resumo daquilo que marcou o primeiro semestre no imobiliário português. Uma análise por sector, a partir do “MarkBeat Outono” da consultora Cushman & Wakefield.

Bruno Simão/Negócios
25 de Setembro de 2014 às 17:20
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O mercado imobiliário está a crescer. Os primeiros seis meses do ano mostram uma recuperação "de uma forma sustentada" e sem saltos exagerados. A confiança dos investidores está mesmo a atingir níveis mais elevados.

 

O desenvolvimento abaixo do esperado em algumas economias europeias e os mais recentes acontecimentos no Grupo Espírito Santo (GES) e BES poderão beliscar esse clima optimista neste segundo semestre. "Não houve operações abortadas por causa disso [caso BES-GES], mas houve apreensão", conta Eric van Leuven, director-geral da Cushman & Wakefield (C&W).

 

Retalho

A maior confiança das famílias, e o consequente aumento do consumo, levaram o retalho imobiliário a registar um crescimento. Contudo, a "facturação ainda não regressou ao volume de 2010", explica Marta Esteves Costa, directora de "research" e consultoria da C&W.

 

O não alimentar é o segmento mais importante nesta retoma. A tendência é de consolidação da rede de lojas, não se prevendo mais nenhuma abertura este ano para além do centro comercial Alegro em Setúbal. O espaço, da responsabilidade da Immochan, deverá abrir com uma taxa de ocupação de 100%.

 

O comércio de rua continua dinâmico, sobretudo na zona da Avenida da Liberdade e do Chiado, em Lisboa. Nestas zonas, o preço de arrendamento subiu cerca de 2,5 euros por metro quadrado. O Chiado custa 92,5 euros e o Avenida da Liberdade 82,5 euros, em média.

 

A oferta total dos conjuntos comerciais mantém-se nos 3,63 milhões de metros quadrados.

 

Escritório

Só na região da Grande Lisboa, o mercado de escritórios registou uma recuperação na ordem dos 60% face ao primeiro semestre de 2013. Os 117 negócios realizados representaram uma área total de 41 mil metros quadrados.

 

A vasta maioria dos negócios fixou-se abaixo dos 500 metros quadrados. A maior procura registou-se no Central Business District (correspondente às zonas das Avenidas Novas e Amoreiras). Nessa zona, registaram-se dois negócios acima dos dois mil metros quadrados. O Parque das Nações é a zona com a segunda maior procura neste segmento.

 

A taxa de desocupação fixou-se nos 12,4%, "um valor estável mas não muito sustentável".

 

Até 2016, estão projectados novos 36.600 metros quadrados, com cerca de um terço a pertencer à nova sede da EDP (13.900 metros quadrados).

 

Indústria

O mercado industrial mostra-se "mais calmo e menos dinâmico". Nos primeiros seis meses do ano, a procura foi mais acentuada à volta do Grande Porto. A optimização dos custos de ocupação surge como a principal justificação para os negócios.

 

Na região da Grande Lisboa e do Porto, as rendas sofreram uma quebra generalizada no valor máximo pedido, podendo variar entre os 2 e os 4 euros por metro quadrado arrendado.

 

Hotelaria

A maior confiança das famílias – mas não o maior rendimento disponível – levou a um crescimento neste sector. Juntando a procura externa e interna, a actividade cresceu acima dos 11%.

 

Com 7,1 milhões de hóspedes no semestre, a hotelaria registou proveitos de 894 milhões de euros. Em média, cada turista pernoitou 2,7 noites. Lisboa e Algarve são os mais procurados, muito beneficiados pelo crescimento do mercado de turistas espanhol.

 

"O desafio actual é a rentabilização dos activos", define Marta Esteves Costa. A oferta de estabelecimentos hoteleiros continua a aumentar, particularmente em Lisboa. Em 2016, perspectiva-se que abra um total de 15 unidades na capital.

 

Habitação

Os valores de vendas neste sector aumentaram. De acordo com dados do SIR – Sistema de Informação Residencial, citado pela C&W, foram transaccionados 1.362 fogos na Área Metropolitana de Lisboa e outros 290 no Grande Porto entre Janeiro e Março.

 

Segundo este índice, o metro quadrado por Lisboa está fixado nos 1.409 euros. No Porto, fica-se pelos 857 euros, em média.

 

Os resultados de Lisboa foram impulsionados pelos programas Golden Visa e pelo Estatuto de Residente Não Habitual.

 

Os investidores estrangeiros pelo programa Golden Visa representaram um investimento de 749 milhões de euros em imobiliário português até Junho. Os chineses são a nacionalidade em destaque.

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