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Stilwell: Leilão solar teve “preços agressivos”
A EDP participou nos últimos leilões solares em Portugal, mas acabou por não ganhar nenhum lote. CEO interino fala em "preços agressivos".
A EDP licitou alguns lotes da segunda ronda dos leilões solares realizada em Portugal, mas os valores superaram o tecto que a empresa tinha estabelecido. As informações foram adiantadas por Miguel Stilwell de Andrade, CEO interino da elétrica, durante a conferência telefónica com analistas no âmbito dos resultados semestrais.
"Tínhamos um preço a que estávamos dispostos a ir. E se fosse abaixo disso desistíamos e investimos noutro lado", explicou."Alguns leilões ganhamos, outros perdemos. Temos de ser disciplinados", apontou.
Além disso, como relembrou Miguel Stilwell de Andrade, este ano o leilão tinha a particularidade de incluir armazenamento em alguns dos lotes. O que tornou o leilão "muito competitivo, com preços agressivos", acrescentou.
A última ronda de leilões solares realizada em agosto voltou a bater níveis históricos no preço pedido pelos promotores, com um lote adjudicado por 11,43 euros por megawatt hora.
Todos os vencedores do leilão são estrangeiros. A principal empresa vencedora foi a coreana Hanwha Q Cells, que assegurou seis lotes e uma capacidade adjudicada total de 315 MW. A Endesa, a Iberdrola, a Enerland e a espanhola Audax também saíram vencedoras do leilão. Note-se que cada empresa poderia adjudicar, no máximo, metade da capacidade total a leilão.
Foram leiloados 13 lotes, e não 12 ao contrário do que era esperado, com 670 MW de capacidade. Os 12 lotes correspondem a 13 adjudicações porque, para um deles, os pedidos corresponderam, sensivelmente a metade da sua própria disponibilidade", esclareceu na altura o ministro do Ambiente, Matos Fernandes.
Oito das 13 adjudicações foram feitas na modalidade de armazenamento, que foi uma das novidades do leilão. Quatro lotes foram adjudicados na modalidade de Compensação ao Sistema (177 MW) e um lote foi adjudicado por preço fixo. (10MW).
A EDP fechou o primeiro semestre deste ano com um resultado líquido de 315 milhões de euros, o que corresponde a uma queda de 22% face ao mesmo período do ano passado.
A elétrica agora liderada por Miguel Stilwell de Andrade justifica a evolução dos resultados com o impacto da pandemia da covid-19, que se refletiu principalmente nas contas do segundo trimestre.