Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Siza Vieira recusa ter sido autor de lei que facilita OPA à EDP 

Pediu escusa dos temas eléctricos pela grande visibilidade que as OPA têm, para evitar "dúvidas". Diz que nunca trabalhou com a China Three Gorges e que não se reuniu com ela. Reuniu com a EDP, onde estava um representante da accionista. Explicações de Pedro Siza Vieira e a ligação à OPA à EDP.  

  • ...

O ministro-adjunto, Pedro Siza Vieira, rejeita ter sido o autor da alteração do Código dos Valores Mobiliários que facilita a contagem de votos das empresas chinesas na oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela China Three Gorges à EDP.

 

Nas propostas legislativas que saíram da estrutura de missão para a capitalização das empresas, que Pedro Siza Vieira, "não está proposta nenhuma alteração do Código de Valores Mobiliários", assegurou o ministro quando questionado pelos jornalistas está quarta-feira, 23 de Maio, na Fundação Calouste Gulbenkian.

 

Siza Vieira adiantou que, nas resoluções do Conselho de Ministros que implementaram essas propostas da estrutura de missão (uma em 2016 e outra em 2017), foi incluída a alteração daquele Código que modifica a imputação dos direitos de votos de accionistas. Mas recusou aos jornalistas, por várias vezes, que a estrutura de missão e ele próprio tenham estado na origem desta modificação. 

 

"Não foi iniciativa da estrutura de missão", disse o ministro, acrescentando ter tido conhecimento da alteração, não vendo razões para se opor à mesma. 

 

O Público noticiou, há semanas, que uma modificação do Código de Valores Mobiliários tinha alterado a forma de contabilização dos direitos de voto e que tal estava a facilitar a contagem de espingardas na OPA à EDP. A China Three Gorges tem 23,27% do capital e a chinesa CNIC outros 4,98%. Ambas pertencem ao Estado chinês, mas a imputação não as agrega: ou seja, têm em conjunto 28,25% do capital da eléctrica e podem votar com essa percentagem, superando os 25% de limite de direitos de voto que existe na EDP para um único accionista. 

 

Nesse sentido, o governante considera que a pergunta sobre esta legislação deve ser colocada ao Conselho de Ministros.

 

O ministro, que foi sócio da Linklaters antes de ir para o Governo (sociedade de advogados com que a China Three Gorges trabalha) pediu escusa para não estar envolvido em questões do sector eléctrico. Uma OPA tem sempre "grande visibilidade", e o governante queria evitar polémicas ou "dúvidas" que pudessem ser levantadas por terceiros. 

 

No entanto, Siza Vieira recusa qualquer ligação ao grupo chinês. "Nunca trabalhei com a China Three Gorges", garantiu. 

 

Aliás, aos jornalistas, o ministro também recusou que tenha estado reunido com a accionista chinesa da eléctrica. "Nunca recebi a China Three Gorges, reuni com a EDP". Na delegação da eléctrica estava um representante da accionista. 

 

Ver comentários
Saber mais Pedro Siza Vieira Fundação Calouste Gulbenkian Código dos Valores Mobiliários Código de Valores Mobiliários China Three Gorges EDP
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio