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Energéticas reduzem investimentos em 100 mil milhões com queda do petróleo

As companhias energéticas estão a reduzir os seus investimentos na exploração e produção de petróleo devido à queda do preço do petróleo. Mais de 26 projectos em 13 países vão ser afectados, incluindo o projecto Chissonga em Angola.

Reuters
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A queda do preço do petróleo está a provocar a redução dos investimentos por parte das companhias energéticas um pouco por todo o mundo.

 

Empresas como a Royal Dutch Shell, BP, ConocoPhillips e Statoil reduziram em mais de 118 mil milhões de dólares (cerca de 104 mil milhões de euros) o seu investimento em 26 projectos, na exploração e produção de petróleo.

 

As contas são da consultora Rystad Energy, avança o Financial Times esta segunda-feira, 18 de Maio.

 

O Canadá é o país mais afectado, com 10 projectos a serem cancelados ou adiados num total de 34,5 mil milhões de dólares. Segue-se a Noruega com três projectos, num total de 19,3 mil milhões de dólares.

 

Também Angola vai sofrer com esta onda de cortes, com o grupo dinamarquês Maersk a reduzir em 3,1 mil milhões de dólares o seu investimento no projecto Chissonga de águas profundas.

 

"A situação do petróleo mudou devido aos baixos preços e nós pretendemos reduzir o nível de investimento em resultado disso", anunciou recentemente Nils Andersen, presidente executivo do Maersk.

 

Até 2020, um total de 17 países, incluindo Angola, deverão assistir a uma redução superior a 50% nos investimentos energéticos, segundo uma estimativa da Goldman Sachs.

 

Pelo seu lado, o Morgan Stanley prevê que uma redução do investimento das energéticas dos 520 mil milhões de dólares para os 389 mil milhões este ano. No entanto, o banco norte-americano aponta que uma redução do investimento deverá provocar um aumento do barril de Brent para 85 dólares até 2017.

 

"Quanto mais os preços do petróleo permanecerem baixos, mais os preços irão subir no longo prazo, dada que a fraqueza actual desencoraja o investimento futuro", considera o Morgan Stanley.

 

Preços em queda há quase um ano

 

Os preços do petróleo no mercado internacional caíram mais de 40% desde Junho com a especulação que a oferta vai superar a procura no curto e médio prazo. Isto num momento em que a produção nos Estados Unidos regista um máximo de 30 anos e em que o consumo na Ásia regista um abrandamento.

 

A queda do preço do petróleo sofreu um maior agravamento depois de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), ter rejeitado - muito à conta da pressão do maior produtor mundial, a Arábia Saudita - uma redução da produção para travar a queda dos preços. O preço do Brent atingiu um mínimo de cinco anos em Janeiro, para 46,59 dólares, tendo recuperado desde então para os 66,13 dólares.

 

Angola corta previsões de crescimento

 

A queda do preço do petróleo levou o Governo angolano a reduzir a despesa pública em cerca de um terço para 46 mil milhões de euros, ao mesmo tempo que reviu em baixa o crecsimento para 6,6%.

 

As receitas geradas a partir do petróleo são fundamentais para a economia de Luanda. Angola é o segundo maior produtor africano e em 2013 o "ouro negro" garantiu 76% das receitas orçamentais e 98% das exportações totais.

 

O Governo de José Eduardo dos Santos anunciou recentemente que pretende angariar mais de nove mil milhões de euros para financiar vários projectos de infra-estruturas, incluindo uma nova refinaria.

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