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Presidente vai reflectir sobre as 42 mil objecções para a prospecção de petróleo no Alentejo

Marcelo Rebelo de Sousa esteve reunido com o Movimento e a Plataforma Algarve Livre de Petróleo.

Negócios 11 de Agosto de 2018 às 22:51
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reuniu-se este sábado com o Movimento e a Plataforma Algarve Livre de Petróleo numa audiência em Almancil, Loulé, e disse que agora vai reflectir sobre os argumentos que lhe foram apresentados.

A audiência às duas estruturas que contestam a realização de um furo para prospecção de Petróleo ao largo de Aljezur, na costa vicentina, durou duas horas e no final Marcelo Rebelo de Sousa disse aos jornalistas que ambos "confluem na mesma posição por vias e argumentações diferente".


"Recolhi muitos dados de toda a ordem e vou agora naturalmente confrontar com outros dados, ponderá-los e tomar em consideração na apreciação desta matéria", afirmou o Presidente da República, precisando que lhe foram apresentados argumentos "jurídicos, económicos, financeiros, ambientais, de curto, médio e longo prazo, e também políticos".


Questionado sobre se os argumentos apresentados eram "de peso", o chefe de Estado português respondeu que, "para demorar tanto tempo, era porque valia a pena ouvir os argumentos".


"E vou agora analisar esses argumentos com atenção", acrescentou, escusando-se a avançar já com um posicionamento sobre a prospecção de petróleo ao largo de Aljezur.


O Presidente da República explicou ainda que a audiência de hoje "teve a originalidade" de ser realizar na Junta de Freguesia de Almancil.


"Não ocorreu em Belém ocorreu aqui, num dia muito cheio pelos motivos que conhecem", concluiu o chefe de Estado, referindo-se à visita que fez à zona do incêndio que atingiu os concelhos de Monchique, Silves e Portimão.


A prospecção e exploração de petróleo tem sido contestada pelo Movimento Algarve Livre de Petróleo (MALP) e pela Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP), que coincidem na necessidade de impedir a sua realização, por ser contrária à tendência actual de luta contra as alterações climáticas, por ameaçar uma região que vive do turismo e tem um valor natural e cultural que deve ser preservado.

Rosália Cruz, da PALP, tomou a palavra pelas estruturas ouvidas na audiência e disse que o encontro serviu para "chamar a atenção para a preocupação com a democracia no país, quando há 42 mil objecções a este furo em (ao largo de) Aljezur, quando há pareceres a pedirem todos eles uma avaliação de impacto ambiental" que não foram tidas em conta e "quando todos os municípios do Algarve dão parecer negativo" e as suas posições não são tidas em conta pelo Governo.

A dirigente da PALP lembrou que a zona onde está previsto o furo é "sísmica, tem biodiversidade única" e "fica perto do Parque Natural da Costa Vicentina".


"Se houver um derrame espalha-se e o Ambiente vem dizer que não é zona sensível", criticou, considerando que houve receptividade de Marcelo Rebelo de Sousa aos argumentos apresentados pelas duas estruturas.

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