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Petróleo no Algarve: Sousa Cintra e Repsol podem recorrer da anulação dos contratos
O Governo reviu os contratos e as empresas vão ter agora um período para contestar a decisão e apresentar a sua defesa.
"Estes contratos estão a ser revistos. Havia algumas situações de incumprimento nos contratos e os promotores vão ser notificados", disse Manuel Caldeira Cabral esta quinta-feira, 15 de Dezembro, após o Conselho de Ministros.
O Governo usou os pareceres do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República e também pareceres de avaliação jurídica e técnica para anular os contratos.
"Será garantido o cumprimento da lei, e garantido estritamente o interesse público", rematou Manuel Caldeira Cabral.
O Governo vai avançar para o cancelamento das concessões de petróleo de Sousa Cintra e da Repsol no Algarve, conforme avançou o Diário de Notícias na quarta-feira.
O empresária garantiu ao Negócios que as concessões atribuídas à Portfuel estavam a cumprir todas as regras. "Nós sempre cumprimos com tudo".
Questionado pelo Negócios sobre se admite avançar para tribunal, o empresário foi peremptório. "Claro. Não há nenhuma razão para me tirarem a concessão. Se acontecer, eu não tenho outro remédio senão pedir uma indemnização", disse Sousa Cintra.
Outra concessão que foi cancelada pelo Governo foi a da Repsol/Partex também no Algarve, mas no mar. A Repsol confirmou ao Negócios que já recebeu a notificação.
"A Repsol recebeu esta a notificação e manterá o diálogo habitual com as autoridades pertinentes", disse fonte oficial. A empresa rejeitou responder a mais questões, especialmente em relação à caução de 4,5 milhões de euros que pode ser executada pelo Governo por incumprimento do plano de trabalhos previsto para este ano.
Por seu turno, a Galp declara-se preparada para avançar para o furo no mar do Alentejo em 2017. A petrolífera já recebeu um parecer positivo para a operação por parte da ENMC. Mas ainda precisa de obter luz verde por parte da tutela e da Direcção-Geral de Recursos Marinhos (DGRM).