Notícia
Activistas contra extracção do petróleo e gás exigem posição clara do governo
Activistas de várias partes do país que estão contra a exploração de petróleo e gás em Portugal exigiram hoje uma posição clara do governo sobre este assunto, por identificarem posições diferentes entre o primeiro-ministro e a ministra do Mar.
O governo, "face à magnitude destes problemas, parece hesitar entre as lamentáveis declarações da Ministra do Mar em Washington e a firme posição tomada pelo primeiro-ministro na Cimeira do Clima em Marraquexe", lê-se num comunicado saído de um encontro em Lisboa, subscrito por 12 organizações.
No final do encontro nacional "Portugal livre da exploração de petróleo e gás", as organizações mostraram-se preocupadas com "esta falta de uma posição clara por parte do Governo e o adiamento de soluções que defendam o interesse nacional".
Os participantes decidiram "intentar acções judiciais (no plano local, nacional e internacional) para cancelar os contratos de prospecção/exploração" e "tornar a questão da prospecção/exploração de hidrocarbonetos tema central na campanha eleitoral para as autárquicas".
De facto, as eleições autárquicas que se realizam este ano não foram ignoradas pelos participantes, com um deles a propor que não seja eleito nenhum autarca sem uma posição forte contra a extracção de combustíveis fósseis.
Estes activistas determinaram ainda um "reforço da campanha de informação e esclarecimento junto das populações, que desmonte o discurso dominante, denunciando a falsidade dos alegados ganhos económicos para o país".
Um apelo à participação massiva dos cidadãos na Marcha pelo Clima, no dia 29 Abril e um mais profundo contacto com os pescadores, os operadores turísticos e outras empresas que vivem da qualidade ambiental, sensibilizando-os para os efeitos gravosos destas concessões para a sua actividade ficou também decidido neste encontro.
Preocupação, determinação e diversificação foram as três palavras com que no final do encontro foi resumido o estado de espírito dos participantes que apelaram à participação de todos os portugueses que, "mais do que estarem contra o petróleo, são a favor de uma sociedade melhor".
Uma das críticas ouvidas na sessão pública que decorreu durante a parte da tarde foi à pouca participação da sociedade activa, com uma das activistas a questionar-se sobre a pouca presença da população nos eventos.
Entre críticas à falta de preparação das pessoas para participarem no protestos e manifestações de quem está disposto a dar a vida por esta luta, os activistas demonstraram-se disponíveis para continuar a tentar travar estes contratos.