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Não existem "planos para tornar a EDP numa única empresa", diz Stilwell

Apesar da OPA lançada à EDP Brasil, a elétrica não prevê para já a integração de mais subsidiárias do grupo. No entanto, o CEO deixou em aberto que essa é uma possibilidade que "continuamos a avaliar", sublinhando a importância de manter os atuais 70% da EDP Renováveis.  

Bárbara Silva / Negócios
02 de Março de 2023 às 13:03
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O CEO da EDP anunciou, esta quinta-feira, no Capital Markets Day da empresa em Londres que, apesar da oferta pública de aquisição (OPA) lançada à EDP Brasil, não existem para já "planos para tornar a EDP numa única empresa", através da integração da EDP Renováveis ou de outras subsidiárias regionais, por exemplo. 

No entanto, Miguel Stilwell d’Andrade deixou em aberto que essa é uma possibilidade que "continuamos a avaliar". O CEO sublinhou ainda a importância de manter os atuais 70% da EDP Renováveis. Quanto à OPA sobre a EDP Brasil, revelou que deve ficar concluída em agosto de 2023, já no segundo semestre do ano. 

"O que nos interessa é o valor, manter global o que é global e local o que é local", disse o presidente executivo, garantindo que a empresa está "atenta a novos projetos, dependendo do perfil de risco", mas mantendo-se ao mesmo tempo "muito prudente nos investimentos em renováveis".

A elétrica apresentou aos investidores e analistas o seu novo Plano Estratégico 2023-2026, que antecipa as metas do anterior plano de negócios de atingir um rendimento líquido recorrente entre 1,2 e 1,3 mil milhões de euros em 2025 para 2024.

Questionado pelos analistas se este número poderia ser antecipado ainda mais e concretizado já em 2023, Miguel Stilwell não se compremeteu, dizendo apenas que se pode sempre "esperar o inesperado". Para o último ano do plano estratégico, a EDP prevê lucros recorrentes entre 1,4 e 1,5 mil milhões de euros. Este valor representa um crescimento entre 12 e 14% face aos 900 milhões registados em 2022.

"Vai ser uma viagem atribulada, mas com sucesso", garantiu, dizendo que "é uma altura ótima para estarmos neste setor" energético, apesar da "inflação, taxas de juro elevadas, volatilidade, disrupção das cadeias de abastecimento". Um cenário que "está para ficar".

Face à previsão de um aumento entre 20 e 30% dos custos de investimento por MW, o CEO disse que será necessário um "aumento massivo de capitais", de 4,8 para 6,2 mil milhões de euros por ano, num total de 25 mil milhões até 2026. Um valor que irá na sua esmagadora maioria (21 mil milhões) para o investiment em renováveis e que o CFO Rui Teixeira garantiu estar "100% financiado" através de diferentes fontes, tais como cassh flow orgânico, rotação de ativos, entre outras.

Em Portugal, e apesar das perdas recorde de 257 milhões em 2022 (muito por causa da situação de seca extrema na Península Ibérica, que fetaram a produção hídrica), a empresa vai investir 3.000 milhões de euros. 

"Os custos aumentaram, por isso precisamos de mais investimento", frisou Stilwell. Do envelope total de investimento até 2026, a grande maioria será dedicada à expansão da capacidade instalada de renováveis, a uma média de 4,5 GW por ano (17 GW no total). O CEO disse que dois atuais 4,1 GW que serão adicionados em 2023/2024, o ritmo irá acelerar para 4,8 GW em 2025/2026. O objetivo é chegar a 2030 com 33 GW de capacidade renovável instalada.

O Negócios viajou para Londres a convite da EDP
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