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Com as barragens em máximos de 10 anos, EDP espera fechar 2023 com lucros de 1,3 mil milhões

De acordo com a EDP, a revisão em alta dos lucros para este ano justifica-se com a "melhoria das perspetivas para o mercado energético, tendo estas mais do que compensado o contexto de aumento das taxas de juro e da inflação" em 2023.

Miguel Stilwell d’Andrade, CEO da EDP, vai explicar os resultados esta quinta-feira.
Miguel Baltazar
03 de Novembro de 2023 às 12:42
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A EDP decidiu rever em alta as suas previsões para os resultados líquidos recorrentes da empresa em 2023 para um valor entre 1,2 e  1,3 mil milhões de euros, anunciou esta sexta-feira o CEO Miguel Stilwell d'Andrade numa conference call com analistas, que se seguiu à apresentação de resultados dos primeiros nove meses do ano. A expectativa fica assim acima dos 1,1 mil milhões de euros anunciados pela elétrica em julho para os lucros deste ano.   

Entre janeiro e setembro deste ano, a empresa registou já um resultado líquido recorrente de 1.026  milhões de euros, o que se traduziu em lucros de 946 milhões, 83% acima do mesmo período de 2022.

"Estamos com um grande crescimento e bem posicionados para conseguir chegar a estes números este ano. No plano estratégico anterior tínhamos previsto lucros de 1,2 mil milhões para 2025, mas estamos em 2023 já com este nível. Vamos fechar o ano com um crescimento acima dos 10% face a 2022", disse o CEO aos analistas, acrescentando que a empresa espera para 2024 uma redução dos custos com o financiamento da tarifa social de eletricidade em Portugal e também um valor mais baixo a pagar pela Contribuição Extraordinária para o Setor Energético (CESE). 

De acordo com a EDP, esta atualização dos lucros para o total deste ano justifica-se com a "melhoria das perspetivas para o mercado energético, tendo estas mais do que compensado o contexto de aumento das taxas de juro e da inflação" em 2023. Aqui, o CEO sublinhou o nível de reservas nas barragens, na ordem dos 70% (máximos da última década para esta altura do ano) e o aumento da produção de energia hídrica até setembro de 2023 (+58% face ao período homólogo). Considerando apenas o mês de outubro, particularmente chuvoso, a recuperação da EDP na produção hidroelétrica ficou 75% acima da média. 

Além disso, o CEO frisou ainda que a "execução da estratégia de rotação de ativos foi melhor do que era esperado", com quase 400 milhões de lucros já garantidos nos primeiros nove meses e expectativas de mais 500 milhões, faltando ainda contabilizar os recentes acordos de vendas de ativos (entre eles, linhas de transmissão e projetos eólicos no Brasil), que ficarão "concluídos nos próximos meses". "Se estes negócios ainda forem contabilizados este ano, os números da rotação de ativos em 2023 serão melhores", disse Stilwell. Soma-se ainda a integração dos ganhos com a OPA da EDP sobre a EDP Brasil (90 milhões até setembro) nos lucros até setembro deste ano. 

Em termos de EBITDA recorrente, a empresa reafirmou a sua previsão de cinco mil milhões de euros para 2023, com a dívida a baixar e rondar os 15 mil milhões de euros. 

A empresa sublinha também as medidas de eficiência em curso, que não foram assumidas no plano estratégico 2023-2026, mas que terão impacto no resultado líquido nos próximos anos. Ao mesmo tempo, a empresa estima  uma poupanças nos seus custos de mais de 50 milhões de euros em 2024. 

Neste capítulo, o CEO confirmou aos analistas que espera já no próximo ano ter um encargo menor com o financiamento da tarifa social de eletricidade em Portugal, que passará a ser suportado por vários agentes do setor elétrico, incluindo comercializadores de energia, de acordo com a porposta de Orçamento do Estado para 2024. "Acredito que com esta partilha, os custos para a EDP serão menores do que ano ano passado, mas ainda estamos à espera para conhecer, a curto prazo, os detalhes do novo modelo de financiamento proposto pelo Governo", afirmou. 

Quanto à CESE, Miguel Stilwell disse irá manter-se o seu pagamento no próximo ano, ainda que as novas regras introduzidas na proposta de OE 2024 ditem que esta taxa não seja aplicada a investimentos em renováveis que estejam de acordo com a taxonomia da União Europeia.
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