O Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, defendeu que é preciso esperar até à próxima sexta-feira, 17 de Abril, para perceber o verdadeiro impacto da reforma dos combustíveis simples.

"Vamos ter de esperar até sexta-feira. Nestas coisas não vale a pena fazer análise", posicionou aos jornalistas esta quarta-feira, 15 de Abril. "Tenho lido declarações bastante precipitadas sobre esta reforma quando a mesma ainda não ocorreu", rematou.

"Muitos dos que retiraram ilacções precipitadas foram os que se enganaram com os sacos de plástico e com a taxa de carbono na fiscalidade verde. Eu tenho memória, espero que toda a gente também tenha", acrescentou.

A Cepsa, a única que já revelou os preços que vai praticar nestes produtos sem aditivos, vai cobrar o mesmo que actualmente nos combustíveis normais. Para além disso, à semelhança de outras empresas, vai passar a oferecer - além dos simples - apenas os combustíveis "premium".

Questionado sobre o impacto nos preços a pagar pelos consumidores, com um maior lucro para as gasolineiras a confirmar-se este cenário, o ministro responde com outra pergunta: "Porque havemos de condenar uma reforma que só vai conhecer a sua verdadeira dimensão na próxima sexta-feira?"

Ainda assim, Moreira da Silva admite que as diversas estratégias comerciais adoptadas pelas gasolineiras são benéficas porque tal "aumenta a liberdade de escolha dos consumidores e a concorrência". Caso essa liberdade acabe por ser condicionada pelas empresas, o ministro admite uma intervenção por parte da Autoridade da Concorrência.

Os combustíveis simples, ou seja, a gasolina e gasóleo sem quaisquer aditivos, começam a ser comercializados nos postos das gasolineiras sexta-feira, 17 de Abril. A partir de 4 de Maio, os postos têm de cumprir as regras de identificação destes combustíveis simples.

O decreto-lei que ditou a introdução dos combustíveis simples foi aprovado em Dezembro pelo Governo.