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Mobilidade eléctrica: Portugueses em busca do sol da Califórnia

A portuguesa Enforce registou a patente da sua estação solar de carregamento rápido de carros eléctricos nos Estados Unidos. A empresa prepara-se para apostar neste mercado no próximo ano.

CM
05 de Setembro de 2016 às 21:00
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A Enforce deu mais um passo para vir a carregar carros eléctricos usando o sol da Califórnia. Depois de quatro anos na gaveta, foi aprovada a patente por 20 anos da empresa para o mercado norte-americano: uma estação solar de carregamento rápido de carros eléctricos.

"Temos um caminho aberto que pode conduzir-nos a vários destinos. Desde logo, uma venda da patente, ou podemos mesmo entrar no mercado norte-americano, fazendo todo o processo comercial, e vender as soluções", revela ao Negócios o fundador e presidente da Enforce, empresa que também detém a comercializadora de electricidade YLCE.

Por agora, o plano é "iniciar as operações" nos Estados Unidos no próximo ano, sendo o estado da  Califórnia um alvo preferencial. "Há zonas nos Estados Unidos que estão mais abertas a este tipo de tecnologia. Eu vejo a região da Califórnia muito desperta para isto", afirma, apontando que estas estações de carregamento rápido são ideais para supermercados, hotéis, centros comerciais ou auto-estradas.

A outra hipótese pode passar por vender a patente desta estação com capacidade para carregar três automóveis ao mesmo tempo. "Os construtores automóveis tem um interesse grande em dominar esta área do carregamento. Porque querem vender os carros eléctricos mas estão preocupados com a rede".

A Enforce também submeteu uma patente para a Europa em 2012. Mas continua a aguardar por uma decisão sobre a patente para 38 países europeus. Também submeteu um pedido de patente no Brasil, mas a companhia diz que as dificuldades para exportar produtos tornam este mercado pouco atractivo.

Só depois de ter obtido luz verde é que a Enforce vai apostar na divulgação do seu produto. Tudo em aberto, portanto. "Só a partir de agora é que alguma coisa pode acontecer".


cotacao Eu vejo a região da Califórnia muito desperta para a tecnologia de carregamento rápido. João nuno serra Presidente da Enforce


perguntas a João Nuno serra -
presidente da enforce
"Porque é que a Mobi.E teve 1.500 postos?"

Chega muito tarde a conclusão da rede Mobi.E?
Eu fui muito céptico em relação à estratégia no início, com os 1.500 postos espalhados pelo país de forma lenta. Achei que era um disparate no sentido de que era fácil adivinhar o que veio a acontecer: há uma série de postos que não são usados, foram vandalizados e são sistematicamente ocupados para carros de combustão estacionarem.

Eram mesmo necessários 1.500 postos?
Acho que foram 1.500 postos porque tiveram de ser, porque alguém chegou e disse para ser. Mas porquê é que são 1.500, e não mil ou 500? E ninguém sabe responder. Depois dizem as más línguas que foi para dar que fazer a algumas empresas em Portugal, como a Efacec. À mulher de César não lhe basta ser séria, é preciso parecer. Mas isto sou eu, que represento um pequeníssimo concorrente da Efacec. Fazer uma rede de 1.500 postos quando a perspectiva era ter 100 ou 200 carros eléctricos, pareceu-me um bocadinho um disparate.

Os postos rápidos estão finalmente a ser instalados...
Eu acho bem o que está a ser feito. Com os postos rápidos nas auto-estrada, os condutores podem agora fazer os cálculos para permitir a autonomia e o descanso do utilizador do veículo eléctrico. Esta segunda fase estão a arrepiar caminho no sentido de dotar a rede Mobi.E daquilo que falta.

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