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Marcelo exige ação do Governo para resolver crise dos combustíveis
O Presidente da República defende que o Executivo socialista tem de procurar um "acordo real" capaz de solucionar o problema da crise dos combustíveis e avisa que "não basta" garantir serviços mínimos.
Marcelo Rebelo de Sousa não aceita meias medidas para tentar resolver a crise dos combustíveis e, em declarações ao Expresso e ao Público, exige que o Governo assegure um "acordo real" para solucionar o atual problema e avisa que "não basta" assegurar serviços mínimos.
"O conflito é com privados mas mexe com o interesse público. Não basta negociar a garantia de serviços mínimos, é preciso começar a negociar a questão de fundo", disse o Presidente da República ao Expresso.
Já ao Público acrescentou que "o Governo deve fazer tudo para fomentar um acordo real, porque isto é um conflito privado mas com interesse público inegável", sublinhando que o Executivo do PS "tem de se garantir que existe um verdadeiro acordo e não um acordo aparente".
Marcelo vê como bom o alargamento da requisição civil a todo o território nacional, hipótese hoje admitida pelo primeiro-ministro António Costa durante o debate quinzenal, de forma a garantir que o combustível necessário a que as pessoas passem a Páscoa com as respetivas famílias, no entanto o Presidente defende que o Governo não pode ficar-se pela garantia dos serviços mínimos e tem de procurar uma solução mais robusta.
O Expresso explica que a lei prevê que quando se trata de distribuição de combustíveis é possível decretar requisição civil que exceda os limites previstos pelos serviços mínimos.
A crise dos combustíveis estalou de forma inesperada esta terça-feira com a greve nacional dos motoristas de matérias-primas perigosas, convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e que para já permanece prevista por "tempo indeterminado".
O SNMMP já se reuniu com o Governo chefiado por António Costa sem que da mesma tenha saído uma solução para o problema, tendo apenas resultado na garantia dos serviços mínimos.
Em causa está uma greve nacional dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00h00 de segunda-feira e que se deverá estender "por tempo indeterminado". A paralisação foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), que entretanto já esteve reunido com o Governo.
O Governo recebeu o pré-aviso de greve a 1 de abril e Marcelo considera incompreensível que São Bento tenha desvalorizado a iniciativa.