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Galp: Guerra dos preços do petróleo deve ser encarada com “serenidade”
A petrolífera portuguesa admite que está a viver "um ciclo desafiante”. Mas mostra-se “confiante”, uma vez que “estas ocorrências são cíclicas e fazem parte da dinâmica dos mercados”.
A petrolífera portuguesa diz estar a "acompanhar de muito perto" a evolução da guerra dos preços de petróleo. Porém, relembra que "estas ocorrências são cíclicas e fazem parte da dinâmica dos mercados, devendo ser endereçadas com serenidade", acrescentou fonte oficial da Galp em reação à queda livre dos preços do petróleo, que levou à desvalorização em mais de 20% das ações da petrolífera.
"Os mercados têm sido pressionados pela expectativa de menor procura global causada pelas circunstâncias derivadas do COVID-19 e, agora também do lado da oferta, com a expectativa de maior produção de matérias-primas por parte da OPEP/Rússia", acrescentou.
"Estamos num ciclo desafiante, mas confiantes, tendo em consideração o perfil integrado dos nossos negócios, dado que atuamos em toda a fileira do setor. Neste contexto, a Galp manterá o seu foco na otimização operacional das suas atividades, assentes numa elevada resiliência dos seus projetos e na robustez financeira da empresa", sustentou.
A forte queda do preço do petróleo foi provocada pela guerra de preços em curso entre a Arábia Saudita e a Rússia, tendo colocado a matéria-prima na cotação mais baixa desde 2016, ano em que a disputa entre Riade e os Estados Unidos também se repercutiu numa acentuada desvalorização do crude.
Depois de a Rússia não ter alinhado com os aliados da organização dos países produtores de petróleo (OPEP) na estratégia saudita de reforçar os cortes à produção já em vigor para impulsionar o preço do barril de crude, a Arábia Saudita anunciou que vai incrementar os respetivos níveis de produção a partir de 1 de abril (altura em que os cortes à produção da OPEP+ deixam de estar em vigor).
Entretanto, em reação à decisão da Arábia Saudita, o Governo russo também divulgou que tem uma reserva de 150 mil milhões de dólares para lidar com a perda de receitas provocada pela queda acentuada do petróleo nos mercados. Além disso, a petrolífera russa deverá seguir os passos da Saudi Aramco, aumentando a produção.