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Galp prepara venda das distribuidoras de gás em negócio de 1,5 mil milhões

A petrolífera portuguesa contratou o Bank of America para preparar a venda da unidade de infraestruturas reguladas de distribuição de gás. O objetivo passa por receber ofertas dos interessados nas próximas semanas.

64.º Carlos Gomes da Silva, Galp
Miguel Baltazar
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A Galp Energia vai arrancar com o seu plano de rotação de ativos. Segundo a Bloomberg, a petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva está já a trabalhar, com o Bank of America, no processo de venda da unidade de infraestruturas reguladas de distribuição de gás, num negócio que pode avaliar esta empresa em 1,5 mil milhões de euros.

 

Este desinvestimento, que está a ser noticiado pela Bloomberg, estará inserido no plano de rotação de ativos da petrolífera portuguesa, que está a apostar forte nas energias renováveis.

Segundo a agência de notícias, a Galp e o banco de investimento responsável por esta operação pretendem em breve enviar aos potenciais interessados a informação sobre os ativos a alienar. O objetivo passa por receber propostas nas próximas semanas, diz a Bloomberg.

 

A empresa em causa é a Galp Gás Natural Distribuição (GGND), que é controlada pela empresa portuguesa e tem os japoneses da Marubeni como acionistas (22,5%). Esta companhia entrou na GGND em 2016, num negócio que avaliou a distribuidora de gás natural em 1,3 mil milhões de euros. A GGND integra a divisão de infraestruturas reguladas de distribuição, que pertence à unidade Gas & Power (uma das quatro em que a Galp está organizada).    

A GGNB tem capital em nove distribuidoras de gás natural em Portugal: Duriensegás (77,50%), Beiragás (46,19%), Lusitaniagás  (75,05%), Lisboagás (77,50%), Setgás (77,45%), Dianagás (77,50%); Paxgás (77,50%), Medigás (77,50%) e Tagusgás (32,03%).

Contactada pelo Negócios, a Galp não comenta a notícia que a Bloomberg avançou esta tarde. A perspetiva de a Galp avançar com este desinvestimento na distribuição de gás natural tem vários anos, mas ganhou força quando a empresa portuguesa admitiu este ano avançar com um plano de rotação de ativos (vender ativos e comprar outros).

 

O CEO da Galp, Carlos Gomes da Silva, disse no Capital Markets Day que decorreu em 18 de fevereiro que "a infraestrutura de gás natural é uma candidata" a ser vendida no âmbito desta rotação de ativos.

 

Sobretudo numa altura em que a Galp Energia aposta forte nos ativos de energia renovável. A companhia efetuou um investimento significativo de 450 milhões de euros na aquisição de ativos de energia solar em Espanha e na última atualização de estratégia autonomizou a unidade de energias renováveis.  

 

O compromisso assumido pela Galp é o de destinar 10 a 15% do montante total de investimento a esta tecnologia e que 40% do Capex (investimento operacional) seja alocado a oportunidades que promovam a transição energética. O investimento líquido previsto vai situar-se, em média, entre 1 e 1,2 mil milhões de euros por ano até 2022, tal como a empresa já tinha estimado no passado.

 

Segundo a Bloomberg, estes ativos que a Galp pretende vender deverão atrair o interesse de fundos de infraestruturas e outros investidores financeiros. A Galp Energia ainda não tomou uma decisão final sobre o negócio e poderá optar por não o concretizar, acrescenta a Bloomberg.  

 

A GGND assume-se como "principal distribuidora de gás natural em Portugal, com uma base de ativos regulados (RAB) de cerca mil milhões de euros e cerca 1.450 milhões m3 de gás natural distribuído anualmente através do controlo de oito das onze empresas de distribuição de gás natural em Portugal". Estes números referem-se a julho de 2019, quando a GGND concluiu a compra de 58,03% da Tagusgás – Empresa de Gás do Vale do Tejo, à Gásriba (que pertence à ECS Capital), por 32 milhões de euros.

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