Notícia
Galamba quer TAP na "pole position" para usar combustível sustentável para a aviação
O ministro das Infraestruturas, João Galamba, disse que o Governo vai "reforçar os objetivos [para a produção nacional de combustível sustentável para aviação] e criar o enquadramento legistavivo e regulatório necessário para dar sinais mais fortes ao mercado".
O ministro das Infraestruturas, João Galamba, avançou esta terça-feira que Portugal já tem em curso neste momento "um número interessante de projetos para produzir combustível sustentável para a aviação (SAF)" no país, o que poderá colocar a TAP na linha da frente para transportar pessoas e bens com menos emissões poluentes.
"O transporte aéreo enfrenta enormes desafios de descarbonização nas próximas décadas. Tendo em conta o potencial de Portugal na produção de energia renovável e combustíveis alternativos, queremos colocar o país na "pole position" para produzir combustível descarbonizado e sustentável para a aviação. Vamos alavancar os ecossistemas já criados, e por criar, com base nos projetos renováveis em curso e nos incontáveis fundos e empresas que já estão a investir no país", disse Galamba na sessão de abertura da Lisbon Energy Summit, que decorre até 1 de junho na Feira Internacional de Lisboa.
E sublinhou: "Queremos que a TAP, a companhia aérea portuguesa, tire partido a 100% de todas estas oportunidades que existem na transição energética em curso".
O ministro prometeu ainda que o Governo vai "reforçar os objetivos [para a produção nacional de combustível sustentável para a aviação] e criar o enquadramento legislativo e regulatório necessário para dar sinais mais fortes ao mercado". Isto para poder aproveitar o "número interessante de projetos para produzir (SAF) no país".
Sobre a TAP, Galamba disse ainda que "não é apenas uma empresa que transporta pessoas e bens, também transporta combustível, que é um ativo importante" nos tempos que correm.
"As companhias aéreas não têm de viver na ansiedade de ter de desenvolver um produto que não podem incluir no seu plano de negócios. Têm de gerir os riscos de forma diferente. O SAF não é um novo risco para o setor da aviação, é algo que terão de lidar, enfrentar e gerir. Como farão isso ditará a forma como transformam os custos e desafios em oportunidades para parcerias industriais de longo prazo. É isso que queremos que o setor da aviação e a TAP aproveitem em Portugal", disse o ministro das Infraestruturas, sublinhando ainda que o Governo não conseguirá fazer isto sozinho "sem investimentos privados avultados e sem a ajuda de outros países".
Também na abertura da Lisbon Energy Summit, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, sublinhou as enormes necessidades de investimento nacional e internacional para desenvolver toda a capacidade de energia renovável prevista pelo Governo.
"Convidamos a comunidade global de investidores para trazer empresas para Portugal. Estamos comprometidos em continuar a promover um ambiente que atraia e encoraje o investimento nacional e internacional no nosso setor energético. Esperamos grandes investimentos até 2030 em energia verde e gases renováveis, com grande impacto na descarbonização da indústria e da mobiidade", disse Duarte Cordeiro.
Galamba complementou a mensagem dizendo que "estamos num momento crucial para decisões de investimento e não há lugar para dúvidas, hesitações, atrasos ou erros que possam pôr em risco as metas traçadas".
Desde que trocou a pasta de secretário de Estado da Energia, para assumir o ministério das Infraestrururas, João Galamba, admite ter "percebido a importância crescente dos portos nacionais e também do transporte marítimo e aéreo no processo para atingir uma economia neutra em carbono". Como resultado, o Governo começou já a "rever e atualizar a legislação dos portos, que data dos anos 90, mas também as linhas estratégias portuárias, com foco na transição energética e digital".
O ministro identificou ainda os portos de Sines, Aveiro, Setúbal, Viana do Castelo e Figueira da Foz como os melhor posicionados no país para atrair novas indústrias do setor energético (como o eólico offshore, por exemplo) e descarbonizar o transporte marítimo, enquanto "hubs verdes" de abastecimento de navios. "Felizmente, os portos nacionais e a indústria já estão alinhados nesta direção, com projetos para produzir metanol verde e amoníaco verde".
Galp e Navigator Company preparam-se para produzir SAF em Portugal
Apesar de Galamba não ter identificado exemplos concretos dos projetos em curso no país para produzir combustível sustentável para a aviação, existem já alguns projetos a avançar, como confirmou a secretária de Estado da Energia aos jornalistas à margem da conferência.
"Temos tido várias manifestações de intenção de investimento de algumas indústrias que estão em Portugal, de outras que querem vir para o nosso país. Os investidores têm todas as condições para aqui concretizarem o seus projetos", disse Ana Fontoura Gouveia.
No ano passado, a TAP, a Galp e a ANA - Aeroportos de Portugal assinaram uma parceria estratégica para descarbonização do transporte aéreo em Portugal, com o desenvolvimento, produção e fornecimento de combustíveis sustentáveis para aviação, em larga escala. O acordo assinado entre as três empresas tem como objetivo promover a utilização de Sustainable Aviation Fuel (SAF) em larga escala, a partir de resíduos, óleos usados reciclados e outras matérias-primas sustentáveis.
Numa primeira fase, o SAF utilizado nos voos da TAP vai ser fornecido pela produtora finlandesa Neste, mas a Galp quer passar também a ser produtora a partir de 2023, na refinaria de Sines.
Além deste acordo, também a The Navigator Company e a empresa alemã P2X Europe celebraram um acordo de princípio para a criação de uma joint venture – a P2X Portugal – para desenvolver uma unidade industrial para produzir, em larga escala, combustíveis não fósseis para o setor da aviação, também conhecidos como e-SAFs (e-Sustainable Aviation Fuels) – jet-fuel (querosene) sintético, neutro em carbono, produzido a partir de hidrogénio verde e CO2 biogénico.
O projeto pretende atingir uma capacidade total de produção de eSAF de 80 mil toneladas, permitindo reduzir as emissões anuais de carbono em até 280.000 toneladas. Para as duas primeiras fases de desenvolvimento, o investimento do projeto totalizará cerca de 550 a 600 milhões de euros na instalação de produção de hidrogénio verde, na infraestrutura e processo de captura de CO2 biogénico, e na capacidade de produção de 40.000 toneladas por ano de crude e combustível sintético.
A decisão final de investimento está prevista para ocorrer até meados de 2023, com a operação comercial a arrancar em 2026.
"O transporte aéreo enfrenta enormes desafios de descarbonização nas próximas décadas. Tendo em conta o potencial de Portugal na produção de energia renovável e combustíveis alternativos, queremos colocar o país na "pole position" para produzir combustível descarbonizado e sustentável para a aviação. Vamos alavancar os ecossistemas já criados, e por criar, com base nos projetos renováveis em curso e nos incontáveis fundos e empresas que já estão a investir no país", disse Galamba na sessão de abertura da Lisbon Energy Summit, que decorre até 1 de junho na Feira Internacional de Lisboa.
O ministro prometeu ainda que o Governo vai "reforçar os objetivos [para a produção nacional de combustível sustentável para a aviação] e criar o enquadramento legislativo e regulatório necessário para dar sinais mais fortes ao mercado". Isto para poder aproveitar o "número interessante de projetos para produzir (SAF) no país".
Sobre a TAP, Galamba disse ainda que "não é apenas uma empresa que transporta pessoas e bens, também transporta combustível, que é um ativo importante" nos tempos que correm.
"As companhias aéreas não têm de viver na ansiedade de ter de desenvolver um produto que não podem incluir no seu plano de negócios. Têm de gerir os riscos de forma diferente. O SAF não é um novo risco para o setor da aviação, é algo que terão de lidar, enfrentar e gerir. Como farão isso ditará a forma como transformam os custos e desafios em oportunidades para parcerias industriais de longo prazo. É isso que queremos que o setor da aviação e a TAP aproveitem em Portugal", disse o ministro das Infraestruturas, sublinhando ainda que o Governo não conseguirá fazer isto sozinho "sem investimentos privados avultados e sem a ajuda de outros países".
Também na abertura da Lisbon Energy Summit, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, sublinhou as enormes necessidades de investimento nacional e internacional para desenvolver toda a capacidade de energia renovável prevista pelo Governo.
"Convidamos a comunidade global de investidores para trazer empresas para Portugal. Estamos comprometidos em continuar a promover um ambiente que atraia e encoraje o investimento nacional e internacional no nosso setor energético. Esperamos grandes investimentos até 2030 em energia verde e gases renováveis, com grande impacto na descarbonização da indústria e da mobiidade", disse Duarte Cordeiro.
Galamba complementou a mensagem dizendo que "estamos num momento crucial para decisões de investimento e não há lugar para dúvidas, hesitações, atrasos ou erros que possam pôr em risco as metas traçadas".
Desde que trocou a pasta de secretário de Estado da Energia, para assumir o ministério das Infraestrururas, João Galamba, admite ter "percebido a importância crescente dos portos nacionais e também do transporte marítimo e aéreo no processo para atingir uma economia neutra em carbono". Como resultado, o Governo começou já a "rever e atualizar a legislação dos portos, que data dos anos 90, mas também as linhas estratégias portuárias, com foco na transição energética e digital".
O ministro identificou ainda os portos de Sines, Aveiro, Setúbal, Viana do Castelo e Figueira da Foz como os melhor posicionados no país para atrair novas indústrias do setor energético (como o eólico offshore, por exemplo) e descarbonizar o transporte marítimo, enquanto "hubs verdes" de abastecimento de navios. "Felizmente, os portos nacionais e a indústria já estão alinhados nesta direção, com projetos para produzir metanol verde e amoníaco verde".
Galp e Navigator Company preparam-se para produzir SAF em Portugal
Apesar de Galamba não ter identificado exemplos concretos dos projetos em curso no país para produzir combustível sustentável para a aviação, existem já alguns projetos a avançar, como confirmou a secretária de Estado da Energia aos jornalistas à margem da conferência.
"Temos tido várias manifestações de intenção de investimento de algumas indústrias que estão em Portugal, de outras que querem vir para o nosso país. Os investidores têm todas as condições para aqui concretizarem o seus projetos", disse Ana Fontoura Gouveia.
No ano passado, a TAP, a Galp e a ANA - Aeroportos de Portugal assinaram uma parceria estratégica para descarbonização do transporte aéreo em Portugal, com o desenvolvimento, produção e fornecimento de combustíveis sustentáveis para aviação, em larga escala. O acordo assinado entre as três empresas tem como objetivo promover a utilização de Sustainable Aviation Fuel (SAF) em larga escala, a partir de resíduos, óleos usados reciclados e outras matérias-primas sustentáveis.
Numa primeira fase, o SAF utilizado nos voos da TAP vai ser fornecido pela produtora finlandesa Neste, mas a Galp quer passar também a ser produtora a partir de 2023, na refinaria de Sines.
Além deste acordo, também a The Navigator Company e a empresa alemã P2X Europe celebraram um acordo de princípio para a criação de uma joint venture – a P2X Portugal – para desenvolver uma unidade industrial para produzir, em larga escala, combustíveis não fósseis para o setor da aviação, também conhecidos como e-SAFs (e-Sustainable Aviation Fuels) – jet-fuel (querosene) sintético, neutro em carbono, produzido a partir de hidrogénio verde e CO2 biogénico.
O projeto pretende atingir uma capacidade total de produção de eSAF de 80 mil toneladas, permitindo reduzir as emissões anuais de carbono em até 280.000 toneladas. Para as duas primeiras fases de desenvolvimento, o investimento do projeto totalizará cerca de 550 a 600 milhões de euros na instalação de produção de hidrogénio verde, na infraestrutura e processo de captura de CO2 biogénico, e na capacidade de produção de 40.000 toneladas por ano de crude e combustível sintético.
A decisão final de investimento está prevista para ocorrer até meados de 2023, com a operação comercial a arrancar em 2026.