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EDP avalia OPA chinesa: o preço é baixo mas a proposta industrial tem mérito

O conselho de administração da EDP já se pronunciou sobre a OPA da CTG. O preço oferecido é baixo, a proposta industrial tem pernas para andar.

Miguel Baltazar/Negócios
09 de Junho de 2018 às 00:33
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A proposta industrial é meritória, o preço não. São estes os dois sentidos da avaliação que o conselho de administração da EDP faz à OPA (Oferta Pública de Aquisição) lançada pela China Three Gorges (CTG).

No relatório enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), na madrugada de sábado, 9 de Junho, a administração liderada por António Mexia sustenta que o preço oferecido pelos chineses, 3,26 euros por acção, não reflecte o valor da empresa nem o prémio de controlo que está implícito nesta operação.

"O conselho de administração executivo [CAE] considera que o preço oferecido não reflecte adequadamente o valor da EDP e que o prémio implícito na oferta é baixo considerando a prática seguida pelas empresas europeias no sector das ‘utilities’ onde existiu aquisição de controlo", sublinha. Assim, o CAE "não pode recomendar que os accionistas vendam as suas acções ao preço actualmente oferecido".


A administração da EDP considera que a proposta industrial da CTG tem méritos, mas acrescenta que precisa de mais elementos para ter uma opinião mais fundamentada.

O conselho de administração executivo "constata que há mérito nas intenções estratégicas do oferente. Dadas as incertezas em relação à implementação das intenções do oferente e do potencial impacto na EDP, o CAE procurará obter mais informação junto da oferente para estar em condições de formar uma opinião mais fundamentada sobre a qualidade do projecto".


Lembre-se que a CTG, no âmbito da OPA, mostrou disponibilidade para envolver a EDP no negócio eólico na China e em passar para a empresa portuguesa as operações de nergia renovável que tem fora daquele país.

Neste contexto, a administração da EDP deverá iniciar um diálogo com a CTG para aprofundar esta oferta. Os chineses já controlam 23,37% do capital da eléctrica portuguesa e pretendem com a OPA atingir uma posição superior a 50%.
 


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