O El País descreve os novos dados da Comissão Nacional para os Mercados e Concorrência (CNMC) de Espanha como uma nova ofensiva contras as empresas do sector petrolífero. Esta entidade, segundo o jornal, detectou que continuam a existir várias barreiras à entrada e crescimento de novos operadores neste segmento. Estes entraves acabam por ter efeitos nos consumidores, que têm de suportar preços mais elevados – de acordo com o relatório sobre o mercado grossista de combustíveis citados pela publicação.

O documento assinala ainda que os operadores com capacidade de refinação, como a Repsol, Cepsa e BP, têm poder de mercado. Neste sentido, a CNMC propõe a adopção de medidas regulatórias que melhorem a concorrência no sector em prol dos consumidores.

As conclusões presentes no documento indicam ainda que um dos principais motivos que travam o surgimento de novos operadores é a estrutura dos operadores tradicionais que estão presentes em toda a cadeia de valor. Além disso, os operadores petrolíferos com refinarias em Espanha têm vantagens que os outros operadores não têm. Vantagens essas que são o resultado da sua integração vertical na refinaria, transporte, armazenamento primário e secundário e distribuição. 

Ainda no passado dia 8 de Julho, as autoridades espanholas aplicaram uma coima de 22,590 milhões de euros à Repsol por práticas anti-concorrenciais. Esta investigação visou ainda várias outras empresas e estações de serviço, ascendendo o valor total da coima a 22,8 milhões de euros.

Além da Repsol foram visados nesta investigação a Cepsau e a BP Espanha, a Lence Torres e o Complejo San Cristóbal, a Cerro de la Cabaña, a estação de serviço Macar S.A e estação de serviço Lorquí.

Esta não foi a primeira coima aplicada à Repsol pela CNMC este ano. Em Janeiro, a empresa foi notificada para pagar uma coima de 20 milhões de euros. Neste caso, que envolvia também casos de concertação de preços, a Galp Energia foi notificada a pagar 800 mil euros, a Cepsa 10 milhões, a Disa 1,3 milhões e a Meroil 300 mil euros.