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Administração Pública, indústria, serviços e famílias reduzem 22% consumo de gás

Entre agosto e novembro de 2022, o consumo de gás em Portugal caiu 11,5% face à média histórica dos últimos cinco períodos homólogos (2017 a 2021).  "Este decréscimo fez-se sentir fortemente no consumo convencional, com uma redução de 22,1%", diz a ADENE.

Pedro Elias/Negócios
17 de Janeiro de 2023 às 14:31
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Administração pública, indústria, serviços e segmento residencial. Estes foram os setores da economia portuguesa que mais contribuíram para a redução do consumo de gás no país entre agosto e novembro de 2022, na sequência da implementação do Plano de Poupança de Energia desenhado pelo Governo depois das fortes recomendações de Bruxelas aos países europeus na sequência da escassez do gás russo. 

O terceiro relatório de progresso publicado pela ADENE - Agência para a Energia, relativo a estes três primeiros meses de medidas no terreno para poupar energia, dá conta de uma redução de 11,5% no consumo global de gás em Portugal (menos 243 metros cúbicos), quando comparado com a média histórica dos últimos cinco períodos homólogos (2017 a 2021). 

O documento sublinha que "este decréscimo fez-se sentir fortemente na vertente de consumo convencional [dos sectores da indústria, residencial e serviços, incluindo Administração Pública], com uma redução de 22,1%".

Pelo contrário, no consumo de gás para produção de eletricidade nas centrais termoelétricas em Portugal foi verificado um "ligeiro aumento de 2,8%".

"Analisando o panorama nacional, que considera vários fatores, instrumentos e projetos atualmente em curso ou que se perspetivam para o futuro próximo,verifica-se que até novembro Portugal se encontra a 118,7% do cumprimento da meta geral estabelecida no Plano de Poupança de Energia até ao final de 2022", refere o relatório.

O Governo comprometeu-se perante a UE com um corte de 5% no consumo de gás até ao fim do ano passado, enquanto para os restantes países a meta foi de 7%. 

De acordo com a análise da ADENE, para cumprir o objetivo voluntário de redução de 15%, entre 1 de agosto de 2022 e 31 de março de 2023, ditado por Bruxelas, "o consumo de gás natural deverá ser menor ou igual a 3.386 milhões de metros cúbicos durante esse mesmo período, o que representa uma redução de 598 metros cúbicos face à média do período homólogo dos últimos cinco anos.

A Agência para a Energia sublinha, no entanto, que "a este valor de redução poderão ser descontados os volumes de gás necessários para atenuar o risco de abastecimento, caso não existam outras alternativas de produção de eletricidade".

Olhando apenas para o mês de novembro, verifica-se uma redução no consumo global de gás de 5,7%, correspondendo a 29 metros cúbicos, provocada sobretudo pelo consumo convencional (com uma redução de 17,9%), enquanto a produção de energia através de centrais de ciclo combinado aumentou 13,1%.

O Plano de Poupança Energética foi publicado em Diário da República com medidas sobretudo para a Administração Pública, as quais assumem caráter obrigatório, enquanto na administração central e local e no setor privado (incluindo indústria, comércio e serviços, e cidadãos) são meras recomendações. 

O terceiro relatório de progresso agora revelado pela ADENE dá conta também, além do consumo de gás natural entre agosto e novembro, da potência instalada por tecnologia fotovoltaica na Rede Nacional de Transporte, das medidas implementadas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, das ações de formação e capacitação e das ações de comunicação e sensibilização no âmbito da poupança de energia.

O ponto de situação da ADENE mostra que, no período de análise, a potência fotovoltaica instalada na rede está a 3,8% da meta prevista para 2022 e que as medidas implementadas no âmbito dos avisos do PRR, se encontram a 76,5% dos objetivos traçados.

No que respeita à realização de ações de formação e capacitação de técnicos da Administração Pública, entre setembro e novembro de 2022, foram realizadas 16 ações, abrangendo aproximadamente 335 pessoas.

Relativamente a campanhas de comunicação e de sensibilização para diferentes públicos-alvo, "enquanto agentes fulcrais para a redução do consumo energético e de água", foram realizadas 61 ações, abrangendo um número superior a 11.819 pessoas, revela o terceiro relatório
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